sexta-feira, 15 de abril de 2011

Monologo aberto



Se pelo menos você fosse eu – pensasse como eu, sentisse como eu, enxergasse como eu... Se pelo menos você não dissesse e fizesse coisas que não gosto de enxergar, ouvir, pensar, sentir... Se pelo menos você não fosse quem é... Se pelo menos você não me surpreendesse tanto, não me arrancasse das minhas certezas absolutas... Se pelo menos você pensasse só em mim, e esquecesse de você... Se pelo menos você não me mostrasse coisas que não quero ver... Se pelo menos você me enxergasse com a minha visão, e não a partir da tua vivencia... Se pelo menos você me entendesse, do jeito que eu me entendo... Se pelo menos você só me dissesse coisas sempre bonitas... Se pelo menos você não falasse tanto... Se pelo menos você fosse completamente diferente do que é... Se pelo menos você não tivesse esse jeito desajeitado de ser... Se pelo menos você só enxergasse o que enxergo, só sentisse o que sinto, só pensasse o que penso... Se pelo menos você só fizesse e fosse o que estou te indicando... Se pelo menos você não questionasse... Se pelo menos você se calasse, diante de mim e da vida... Ah, se pelo menos você fosse eu – aí, sim, eu poderia saber de você, sentir o que você sente, enxergar o que você enxerga, pensar o que você pensa, até gostar de você, e aceitar você... Eu quero tão pouco de você – na verdade, nada mesmo... Se pelo menos você fosse quem não é, e fosse eu... Se pelo menos isso, eu aceitaria você... Ei, onde está você?...

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