Todo final de ano, a gente dá uma sacudidela na historinha, que é sempre a mesma: prometo não cumprir o que prometo. E lá vamos nós prometendo coisas para realizarmos (?) no ano novinho em folha, que está por chegar. Não há limites.
Os mais econômicos e práticos tratam logo de buscar a agenda do final do ano passado, reforçar a promessa, soprando a poeira do tempo que passou. Promessa pra si mesmo é sempre uma coisa boa, saudável, acho eu. Penso que prometer aos outros, seja quem for, é comprometer-se demais com o que a gente nem imagina. Sei lá. Não costumo prometer coisa alguma – nem a mim mesma.
A verdade é que a maioria aproveita o finalzinho do ano, pra prometer que “ano que vem, sim, vou fazer aquela dieta”, ou “vou parar de beber”, “vou parar de fumar”, “vou abrir uma caderneta de poupança”, “vou procurar um trabalho que me dê mais dinheiro”, “vou escrever um livro, plantar uma árvore, ter um filho” (nem sempre nesta mesma ordem), etc, etc, etc e tal. Acho mesmo que promessas assim são feitas pra renovar as esperanças, ou a esperança de uma “vida nova”. Mas promessa é só promessa – cumpri-la é outra história. Continuamos agindo assim, até a morte, que chega, antes ou depois de qualquer final de ano...
Se eu prometo, nesta época, alguma coisa a mim mesma, lá no fundinho (da alma), sei que estou prometendo o que não vou cumprir. Mas preciso prometer alguma coisa a mim mesma, pra eu (quem sabe?) continuar acreditando em mim, e até depositando maior auto-confiança. Renovando esperanças (“ano que vem será diferente, bem melhor do que este”), eu crio o 'clima', junto com a euforia, de alguma coisa nova, especial. Assim, acho que a promessa 'funciona'.
Afinal, não podemos, a cada “virada de ano”, jogar todos os sonhos fora, e simplesmente direcionarmos nossas mãos vazias aos céus. Precisamos de alguma perspectiva concreta, certamente, mas, mais que isso, precisamos de sonhos - novos e antigos sonhos - vivos. Pra isso, na minha opinião, servem as promessas de final de ano. Por mais utópicas que pareçam, nossas promessas traduzem nossa vontade de viver, e continuar vivendo.
Há criaturas, como eu, que não fazem promessas a si mesmas, muito menos aos outros. Mas continuam (continuamos) alimentando sonhos, por mais “impossíveis” que sejam aos outros. Às vezes, fazer uma dieta pode ser mais fácil a alguém que nunca pensou nisso, do que a quem prometeu vencer a “façanha”.
Independente das promessas, ou dos sonhos, o tempo continua a ludibriar os relógios - voa, imperceptível, mais “impossível” que nossos sonhos, mais persistente que nossas promessas, mais ávido que nossas esperanças...
Os mais econômicos e práticos tratam logo de buscar a agenda do final do ano passado, reforçar a promessa, soprando a poeira do tempo que passou. Promessa pra si mesmo é sempre uma coisa boa, saudável, acho eu. Penso que prometer aos outros, seja quem for, é comprometer-se demais com o que a gente nem imagina. Sei lá. Não costumo prometer coisa alguma – nem a mim mesma.
A verdade é que a maioria aproveita o finalzinho do ano, pra prometer que “ano que vem, sim, vou fazer aquela dieta”, ou “vou parar de beber”, “vou parar de fumar”, “vou abrir uma caderneta de poupança”, “vou procurar um trabalho que me dê mais dinheiro”, “vou escrever um livro, plantar uma árvore, ter um filho” (nem sempre nesta mesma ordem), etc, etc, etc e tal. Acho mesmo que promessas assim são feitas pra renovar as esperanças, ou a esperança de uma “vida nova”. Mas promessa é só promessa – cumpri-la é outra história. Continuamos agindo assim, até a morte, que chega, antes ou depois de qualquer final de ano...
Se eu prometo, nesta época, alguma coisa a mim mesma, lá no fundinho (da alma), sei que estou prometendo o que não vou cumprir. Mas preciso prometer alguma coisa a mim mesma, pra eu (quem sabe?) continuar acreditando em mim, e até depositando maior auto-confiança. Renovando esperanças (“ano que vem será diferente, bem melhor do que este”), eu crio o 'clima', junto com a euforia, de alguma coisa nova, especial. Assim, acho que a promessa 'funciona'.
Afinal, não podemos, a cada “virada de ano”, jogar todos os sonhos fora, e simplesmente direcionarmos nossas mãos vazias aos céus. Precisamos de alguma perspectiva concreta, certamente, mas, mais que isso, precisamos de sonhos - novos e antigos sonhos - vivos. Pra isso, na minha opinião, servem as promessas de final de ano. Por mais utópicas que pareçam, nossas promessas traduzem nossa vontade de viver, e continuar vivendo.
Há criaturas, como eu, que não fazem promessas a si mesmas, muito menos aos outros. Mas continuam (continuamos) alimentando sonhos, por mais “impossíveis” que sejam aos outros. Às vezes, fazer uma dieta pode ser mais fácil a alguém que nunca pensou nisso, do que a quem prometeu vencer a “façanha”.
Independente das promessas, ou dos sonhos, o tempo continua a ludibriar os relógios - voa, imperceptível, mais “impossível” que nossos sonhos, mais persistente que nossas promessas, mais ávido que nossas esperanças...