Não esqueça que correntes e cadeados – de metal barato, ou de ouro, cravado com diamantes – serão sempre correntes e cadeados que aprisionam. Surpresas são sempre surpresas – boas, ou ruins. Existe vida, além do umbigo. Ninguém cursa Ciências Contábeis, com a expectativa de, no final do curso, formar-se em Robótica. Remédio e veneno – amargo, ou doce – são sempre remédio e veneno. Sem julgamento, não há criminoso. O outro, seja quem for, também carrega desejos e medos. Você pode até se descabelar, mas farmácia não vende bife – mesmo. Alguns são a favor; outros, contrários – e ainda há os que se agarram em cima do muro. Amor dá trabalho – e, às vezes, até filhos. Não adianta plantar uma muda de laranjeira, e querer colher tamarindo. Não espere errar, para aprender. Você pode xingar, espernear, não adianta: as escolhas da sua vida são suas, só suas – as consequências, também. Jiló é mesmo com 'J' – com 'G', a palavra fica amarga, indigesta. Não deposite os seus sonhos em relicário de promessas alheias. Se foi “Deus” quem salvou a sua vida, quem permitiu que o outro morresse? Você tem de aprender – “antes tarde que mais tarde” – que até o passado muda, conforme o desejo das nossas lembranças. A vida não é completamente má, nem boa – a vida é sua. Às vezes, o outro pode ser espelho que reflete o que você se recusa refletir. Toda “selfie” é uma tampa. Silêncios podem existir, para não falarem mais nada - mesmo. Não existem pessoas insensíveis – martelada no dedo, todo mundo sente. Não reze, pedindo o que você nem sabe. Expectativas sempre caminham de mãos dadas com frustrações e decepções. A chave de casa não abre todas as portas. Quem renuncia à vida – já não vive mais. Relação entre duas pessoas se constrói em duas vias – se não for isso, é qualquer outra coisa mesmo. Até quem envelhece tem outra opção (morte). Você pode continuar falando, falando – poucos vão querer ouvir, e todos só saberão interpretar a sua fala. Nem o cachorro é responsável pelo seu mau humor. Papai Noel não existe – nem renas voam. Não são só os outros que morrem – não são só os outros que matam. Para dar opinião – necessário ter opinião. Por mais que a ciência continue nos vendendo produtos que esticam a pele, clareiam olheiras, levantam pele e músculos cansados pelo tempo, a natureza – impassível – continuará impondo o 'veredicto'. Só a boiada dócil se curva, diante da cangalha. A vida – real e dolorida – não é rede social, e a dor persiste, à revelia de todas as fugas humanas. Se você diz 'sim', quando deseja dizer 'não' – você deixa de existir, só ocupa espaço mesmo. Você precisa saber, de uma vez por todas, que, quando alguém pergunta – Tudo bem? -, não quer ter outra resposta, senão um ligeiro: Tudo bem. Estar do lado de alguém que te faz bem não tem hora, nem preço. Nem sempre, remédio é o remédio. A atendente da loja não se apaixona por você – não é amor à primeira vista -, quando ela exibe todas as roupas da loja ao seu consumismo desenfreado. Tem gente que vive feito porcos e frangos: a caminho do abate, sem pensar. O pão com manteiga vai sempre cair com a manteiga colada no chão – não tem jeito. Quando projetamos a vida, ou persistimos reviver o passado – está faltando um presente que nos surpreenda, nos extasie. Você pode até insistir que a clara do ovo é escura – continuará sendo branca, até mais clara. O que o outro, também, mais quer é que você mude, para que vocês sejam (in)felizes para sempre. Não troque ideias – alguém sai sempre perdendo. Você pode até se achar o melhor de todos – e se perder nessa vaidade -, mas haverá sempre alguém, entre todos, que mostrará que não. A vida acontece, aqui e agora – sem ensaio, sem sono fora de hora. Não se compare a ninguém – nem a Jesus -, e trate de pensar e agir por si mesmo. Coisas são coisas; seres humanos são seres humanos – principalmente, quando não parecem ser. Às vezes, o gramado do vizinho é sintético. Quem procura alguém para lhe preencher os vazios, acaba encontrando quem lhe encha o saco. De repente, pessoas assustam mais que baratas.
Agora, levanta logo daí. Se papai e mamãe não advertiram, agora, você já não pode mais justificar que não sabe. A vida é (só) isso – e ainda acaba.
Filósofa Viviane Mosé:
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