sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Pague e confesse seus pecados

Há pouco tempo, pra rezar, tinha de ajoelhar – mais ainda, se era pra confessar os pecados. Mas isso é passado. Se já havia gente deslumbrada com celulares, iPhones, iPads, agora, todo mundo está entusiasmado demais, com as novidades tecnologicas.
Recentemente, foi lançado aplicativo para iPhone e iPad que permite que você confesse seus pecados. É isso mesmo. Se você é um cara ocupado demais – mas não deixa de pecar -, sem tempo pra ir à igreja, pode acionar o aplicativo iPrayer, e desabafar. Nem precisa ajoelhar, e pode continuar (pecando) fazendo o que ‘tá’ fazendo, sem alterar a rotina.
Você deve estar pensando que o ‘servicinho’ é de graça, né?... Que nada!... Pra quem ‘tá’ habituado a pagar dizimo, pague e confesse seus pecados. Até agora, ninguém reclamou o valor do aplicativo de confissão: 1,99 em dólar (pouco mais que o nosso 1,99 brasileiro).
Ouvi dizer que o confessionario menor do mundo oferece diversos blocos de pecados – ‘tá’ certo que, todo dia, surgem novos, mas os desenvolvedores do ‘objeto de absolvição’ devem adicioná-los, aos poucos, imagino. O negócio é o seguinte: você paga, acessa o aplicativo, e pode deleitar-se na escolha dos pecados (os que você pratica regularmente, e, na falta de, até os que você sonha cometer um dia – por que não?). Desembolsa 1,99 (em torno de 3,33 reaizinhos reais), nem precisa se encher de tanta coragem, e relata ao aplicativo os inimagináveis pecados.
Como acontece sempre na vida, tem o ‘time do contra’, nessa historinha toda. Até o Papa já confessou ser contra o aplicativo. Aqui, no Brasil, as autoridades da igreja catolica têm esclarecido que o ‘confessionario portatil’ não retira a função do padre, que penitencia e perdoa os fiéis que cometem e confessam pecados. A orientação aos confessores da informatica é para que selecionem os pecados cometidos, no dito aparelhinho, e aguardem o recebimento de um texto, enviado pelo iPrayer, para que seja lido a um padre real. Sei lá, gente, mas acho isso muito ‘enrolado’: o pobre pecador paga pelo aplicativo, ainda precisa ficar selecionando os pecados cometidos, depois tem de ler para o padre, na igreja?... Não entendi tudo isso.
Claro, ainda tem a questão da penitencia – pecou, tem de pagar (nada de dólar, ou realzinho, não). Pelo visto, o aplicativo não é tão aplicativo assim, pois não aplica penitencia aos confessores, ou, talvez, os isente dos pecados – sem penitencia alguma (Quem dera!). Mas tudo isso ainda está sendo motivo de interpretação. Os católicos dizem que o ‘inofensivo’ aplicativo serve para lembrar da confissão (real) que deve ser sempre feita (haja pecado!). Os pecadores brasileiros mais afoitos já estão desembolsando três reaizinhos, e descobrindo pecados que nunca imaginaram cometer... hehehehehehehe

... E eu, que já estranhava ouvir aqueles papos de: “as fotos que faço do meu celular”, “o vídeo foi feito com o meu celular”, “jogo sempre no meu celular”, “abro meus emails do meu celular”, “estou sempre atualizando twitter e facebook do celular mesmo”... Diante de tantas utilidades do celular, eu sempre ficava pensando: Será que só eu utilizo o celular como telefone móvel?... Agora, depois dessa do ‘confessionario ambulante’, só me resta mesmo – pecadora inconfessável que sou - o silencio ‘dinossaurico’.

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