A foto, aí em cima, mostra
uma das cenas do filme “Minhas Tardes com Margueritte”. Mas não é sobre o filme
(maravilhoso) que quero escrever. Fiquei um tempo dando milho aos pombos – nem
o milho, nem os pombos eram os cantados por Zé Geraldo. Eu estava – e ainda
estou – mais para “Minhas Tardes (ou minhas noites, ou meu qualquer tempo) com
Margueritte (pseudônimo de um bom diálogo)”. Tem ser humano que gosta de
pensar, e conversar sobre o que pensa, né?... Pois é. Eu sou projeto de ser humano,
assim: gosto de pensar, conversar sobre o que penso, na companhia de quem
também gosta de pensar, conversar sobre o que pensa. Nem sempre pensar e
conversar viram ação conjunta. Por isso, aproveito o tempo – meu tempo – com
essa conjunção, cada vez mais rara. Quando não converso com outro ser humano,
converso com livros, filmes, feito esse da foto: “Minhas Tardes com
Margueritte”. E tudo é diálogo. Solidão acompanhada de outra solidão.
Sobre o blog, o criei, com a
simples intenção de divulgar o que considero impublicável. Sem qualquer outro
compromisso, a não ser fielmente ao que penso enxergar, considero, o blog, uma
extensão minha, sem verdade absoluta alguma, sem querer dizer além, ou aquém,
do que fica escrito, registrado. Isso pressupõe que você, leitor(a), pode
concordar, discordar, ou até espernear – nada adianta, pois é o que consigo e
quero enxergar, até aqui. Mas, sempre, cada comentário é válido. Por isso
mesmo, não retiro os comentários daqui, sejam quais forem – a favor, contra, ou
muito antes pelo contrário.
Tenho de reconhecer que,
relendo meus textos, no ironia-crônica, gosto do que vejo, pois tudo, tudo
mesmo, retrata pensamentos meus, de mais ninguém. Se alguém lê, pensa a
respeito, discorda, ou até concorda, já tem ideia própria, que, certamente, não
é a minha (original), registrada no blog.
Enquanto escrevo, seja sobre
o que for, para guardar, e, depois, quem sabe, talvez, um dia, postar aqui, sou
leal somente a mim mesma, sem sequer imaginar que alguém possa vir a ler. Muito
menos, penso: o que será que pensarão sobre o que escrevi?... Pra mim, são dois
processos distintos que acontecem aqui. O primeiro é eu pensar, organizar meus
pensamentos (são tantos), para, depois, permitir que transbordem. Feito isso,
depois de um tempo (curto, ou longo, não importa), posto no blog, e continuo
sem pensar se alguém vai ler, muito menos se pensará, ou não, a respeito do que
escrevi. Por isso, os comentários, deixados aqui, sempre me surpreendem – de
repente, percebo que causei alguma coisa, com a minha escrita, resultado de
tantos pensamentos.
Definitivamente, em cada
palavra que registro, especificamente, neste blog, não há a microscópica
intenção de desagradar, ou agradar, algum leitor incauto. Absolutamente. Até
por que, para isso (agradar, desagradar), tenho a minha profissão de
jornalista, que, sem qualquer falsa modéstia, tento cumprir, da melhor forma
impossível, preocupando-me com o que quero dizer, até com o que pode ser
interpretado. Isso é responsabilidade profissional. Aí, sim, a exemplo de todos
os jornalistas, também eu sou tendenciosa. E ainda falam em jornalismo
imparcial... Profissionalmente, sou porta-voz de tantas vozes – aqui, no blog,
permito-me ser apenas a minha própria voz. De mais ninguém.
Posso até escrever que, pra
mim, esse blog é uma brincadeira – considero toda brincadeira, coisa séria. Às
vezes, pode não parecer, pelo jeito que escrevo, mas, com toda certeza minha,
sei muito bem o que estou escrevendo, o que escrevi. Depois disso, não me ocupo
com o que pode ser interpretado. Até por que, feito eu, as pessoas mudam muito
de ideias, de pensamentos, de visões, e até de endereços, como dizia Millôr.
Sei que cada leitor do blog
jamais vai ler aqui o que eu realmente escrevi – cada um lê o que pode, ou,
simplesmente, o que quer ler. Ainda bem. Assim, meus textos rabiscados ganham
a companhia de outros pensamentos, que não são os meus. Contra, ou favor – o
que importa?... Em tempos de falta de tempo, quando a maioria demonstra não
querer pensar, ao que parece, ainda tem gente na contramão. Enquanto houver um
só alguém na contramão, encontrará uma outra mão: a minha – escrevendo,
sempre...
Só não gosto de trocar
ideias – nessa, alguém sempre sai perdendo... e viva a vida!...
Não sou contra nem a favor! Muito pelo contrário! Simplesmente: Não sou! Quisera eu ter sido e ter tido sua coragem de ser!
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