Quantas vezes você faz amor, durante um dia
inteiro?... Se me deixarem, faço amor, o tempo todo, em todos os dias inteiros
- e noites, e madrugadas inteirinhas. Se me permitem, amanheço, anoiteço,
envelheço, rejuvenesço, fazendo amor. A vida inteira. É o maior prazer da minha
vida: fazer amor.
Não sou ninfomaníaca, não. Simplesmente, o que algum
poeta romântico denominou “fazer amor”, pra mim, não é. Relação sexual nem
sempre envolve amor, e até existe amor, sem sexo - sexo é sexo, amor é amor,
mesmo com a discordância da igreja, não tão santa, como querem os fiéis (que o
digam, a inquisição e a pedofilia).
Se depender de mim, faço amor, o tempo todo - nem
quero saber de outra coisa. Porque, na minha insignificante opinião, fazer amor
é fazer qualquer coisa, por amor, com amor. Claro, nem sempre fazer amor me é
possível, por que os outros, as circunstâncias, ou seja lá o que for, me
impossibilitam. Tão logo me desvencilho do que tive de fazer, sem amor, lá
estou eu, novamente, fazendo amor, por amor, com amor. Assim, aprendo a amar -
mais e melhor. Só sei de mim, quando faço amor - e, pra mim, não há amor maior
à vida que esse momento, quando estou (inteira) fazendo alguma coisa, até
afagando um animalzinho, por amor, com amor.
Provavelmente, quem associou o termo “fazer amor”
com a relação sexual transbordava os pecados impingidos pela histórica igreja.
Assim, para alívio de consciência (traduzindo: prazer desvinculado de pecado),
denominou o ato sexual como “fazer amor” - termo cheio de romantismo, nada
pecaminoso, longe da palmatória religiosa. A partir daí, foi estabelecida a
ordem, nem sempre implícita: Só pode manter relação sexual, se existe amor. Por
isso, tem tanta gente confusa, buscando amor no sexo, sexo no amor, e por aí
vai... Claro, é ilimitadamente mais prazeroso, fazer sexo com amor. Na minha medíocre
opinião, triste é o cada vez mais popular sexo casual, também chamado
“masturbação terceirizada”.
Fazer amor, na minha vida, é toda a ação feita por
amor, com amor. Às vezes, não fazer (alguma ou qualquer coisa) é a maior ação de
amor.
Já confundimos e complicamos tanto, nem havia
necessidade de a igreja se intrometer nas relações humanas. Como se não
bastasse o “balaio de gatos” que criamos, e chamamos amor, a igreja ainda
impinge que relação sexual é pecado mortal. Depois dessa, claro que a relação
entre os seres humanos só poderia desandar de vez. Aliás, não desandou só a
relação sexual, mas todas as demais. Criamos e mantemos, até hoje, uma espécie
de aristocracia, onde alguns poderosos (a quem delegamos poderes, sempre
questionáveis e frágeis) determinam o que é certo, o que é errado. Por causa
disso, inclusive, tem gente vivendo em autossuplício, com o intento de
redimir-se dos tantos pecados cometidos.
Longe de tudo isso, que obriga a ‘boiada’ seguir
adiante, prevalece o amor genuíno, esse sentimento que nos identifica uns com
os outros, em cada olhar humano, em qualquer esquina da vida. Amor - cada vez
mais distante.
Acaso, algum dia, ou alguma noite, você me encontre,
por aí, por aqui, mantenha a discrição. Pode ser que, neste exato momento, eu
esteja fazendo o que mais gosto: amor.
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