O
que quero deixar registrado, aqui, nada tem a ver com produtos ou “milagres” de
maquiagem convencional. Não mesmo.
Existe
uma maquiagem à brasileira, bem mais apegada à pele, ao rosto, em algumas
pessoas. São muitas - sei disso -, mas não são todas, para salvação do nosso
Brasil varonil.
Tem
gente que levanta bandeira, grita nos microfones que é contra o racismo, e blá
blá blá. Não passa disso. Aliás, pra mim, o termo correto nem deveria ser
racismo, mas etnismo, ou coisa parecida - é discriminação étnica, dentro da
mesma raça: humana. E dizer que uma dosagem a mais de melanina causa tanta
violência, tanta discriminação, até mortes...
Por
todo mundo, ou parte dele, o racismo é escancarado. No Brasil, pelo que vejo,
na minha visão estrábica, é que algumas pessoas saíram discursando, enquanto
outras pessoas ouviam, e saíam repetindo. No final das contas, hoje, quando se
fala em combate ao racismo, eu já nem sei quem está com a maquiagem à
brasileira, quem não está. O discurso é semelhante, mas as atitudes chocam
tanto, que não deixam dúvida. A lei que define os crimes de racismo existe, há
25 anos. Até parece que os discriminadores alimentam o racismo, há séculos,
milênios. No Brasil, a maquiagem está cinicamente tão bem feita grudada, na
cara de alguns, que dificilmente cai. Mas não quero me chafurdar nisso, agora.
Dia
desses, por acaso mesmo, assistindo noticiário, depois da diária sessão chacina,
na televisão, descobri como os afrodescendentes (ainda não compreendi a
proibição da palavra ‘negros’, já que nada mudou, com isso) podem deixar de ser
alvo de surtos racistas. Se a maquiagem à brasileira não falha (“Eu, racista?
Imagina! Jamais!”), os afrodescendentes precisam se defender de outra forma -
no caso da minha ideia (“eureka!”), o trabalho é de prevenção mesmo.
A
gente tem informação, diariamente, que, se o afrodescendente batalhar e se dar
bem na vida, comprar carro importado do ano, acaba sempre abordado em blitz,
encaminhado à delegacia, obrigado a provar que é afrodescendente que se deu bem
(mesmo!) na vida. Por isso, sugerir que os afrodescendentes se esforcem, ainda
mais, para causarem inveja aos que têm outras cores de pele, seria perda de
tempo, pra mim - para os afrodescendentes, mais ainda.
Vou
direto à minha ideia - essa funciona mesmo, comprovadamente. Não deve ter sido
só eu que assisti o dito noticiário (inesquecível), na televisão. Meu amigo
afrodescendente, brasileiro, ou residente no Brasil, se você quer mesmo deixar
de lado essa vida vítima de discriminação, faça “ponta” (pequena aparição), na
televisão. Na globo?... Só se for em novela - “de época”, quase sempre, onde
exibem escravos. Não dá outra: basta o afrodescendente ser identificado como “o
cara que fez ponta, na televisão”, é liberado. A acusação errou, se confundiu, “sei
lá, tipo assim”. Não se fala mais nisso. De repente até, na saída da “prisão
por engano”, apareçam fãs, ou a própria acusação, pedindo autógrafos... Sem
ponta, sem chance.
Maquiagem à brasileira e máscaras, nas ruas: é carnaval!...
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