Todo mundo sabe que todo mundo chora – não importa quando, nem por quê. Mas chora. E chora muito.
Eu e você (e toda a humanidade) podemos chorar por:
- Dor de barriga
- Dor existencial
- Dor por não ter o carro do ano
- Dor pela perda de alguém
- Dor por ser mal interpretado
- Dor de amor
- Dor de inveja (inveja também dói, principalmente, quando se sente incapaz)
- Dor por que perdeu o emprego
- Dor no corpo
- Dor na alma
- Dor
- Dor
Quase sempre, ou quase nunca, alguma coisa dói. Quando a gente é criança, a gente chora, e dizem que é dengo. Quando a gente é adulta, a gente chora escondido, pra ninguém dizer coisa alguma. Mas a verdade é que a gente chora.
Oras carambolas, pra que dar bola pro choro alheio?... Quem chora que assuma a dor de chorar... Não vivemos tempos de individualismo?... “O outro que se dane” – pensa a maioria (ou nem chega pensar). Tem gente que acha até graça de os outros chorarem. Tem gente que chora junto – rara, gente cada vez mais rara.
Apesar disso – por causa disso, também –, choramos todos nós. É uma dor insuportável, que extravasa num choro miúdo, ou num choro rasgado. É choro. Passamos a vida inteira chorando, e tentando negar isso. Quando negamos, tornamo-nos frios, insensíveis, ou, então, vítimas de nós mesmos. E o choro continua – dentro e fora de nós.
Até essa gente que ‘tá’ sempre com a imagem corajosa e segura também chora. Chora o pobre, por que não tem. Chora o rico, por querer mais, ou ter perdido o que teve. Todo mundo chora – a dor até difere (tamanho, proporção, intensidade), mas continua sendo dor.
Do outro lado, alguém percebe que tem alguém chorando. Pode não dar ‘bola’, e seguir adiante. Pode tentar se aproximar, e colocar-se “todo ouvidos”. Pode tudo, por que a dor que chora é alheia, às vezes até desconhecida, inimaginável.
Mas vivemos tempos em que não há tempo – nem pra chorar, muito menos pra perceber choro alheio. Pior mesmo é que tem gente que, mesmo sentindo dor, abafa, faz de conta que não sente, e continua exibindo a melhor mascara – por que assim é aceito, nem causa piedade, compaixão, nem risinhos sarcásticos.
Não há tempo pra chorar. Não há tempo pra sentir e se aproximar do choro do outro. É preciso seguir a encenação: nada fere, nada dói... O palco continua apinhado de gente sorridente, gente que finge não sofrer, não chorar, não sentir dor. Quando, lá no canto mais escuro, alguém é visto chorando, todos baixam o holofote, e as gargalhadas aumentam, pra que o choro não seja percebido pelo público que aplaude o grande e célere show da vida humana – cada vez mais fria, cada vez mais individualista, cada vez mais irônica, cada vez mais cênica, com script cada vez mais distanciador e pobre... Isso tudo é de chorar mesmo.
Eu e você (e toda a humanidade) podemos chorar por:
- Dor de barriga
- Dor existencial
- Dor por não ter o carro do ano
- Dor pela perda de alguém
- Dor por ser mal interpretado
- Dor de amor
- Dor de inveja (inveja também dói, principalmente, quando se sente incapaz)
- Dor por que perdeu o emprego
- Dor no corpo
- Dor na alma
- Dor
- Dor
Quase sempre, ou quase nunca, alguma coisa dói. Quando a gente é criança, a gente chora, e dizem que é dengo. Quando a gente é adulta, a gente chora escondido, pra ninguém dizer coisa alguma. Mas a verdade é que a gente chora.
Oras carambolas, pra que dar bola pro choro alheio?... Quem chora que assuma a dor de chorar... Não vivemos tempos de individualismo?... “O outro que se dane” – pensa a maioria (ou nem chega pensar). Tem gente que acha até graça de os outros chorarem. Tem gente que chora junto – rara, gente cada vez mais rara.
Apesar disso – por causa disso, também –, choramos todos nós. É uma dor insuportável, que extravasa num choro miúdo, ou num choro rasgado. É choro. Passamos a vida inteira chorando, e tentando negar isso. Quando negamos, tornamo-nos frios, insensíveis, ou, então, vítimas de nós mesmos. E o choro continua – dentro e fora de nós.
Até essa gente que ‘tá’ sempre com a imagem corajosa e segura também chora. Chora o pobre, por que não tem. Chora o rico, por querer mais, ou ter perdido o que teve. Todo mundo chora – a dor até difere (tamanho, proporção, intensidade), mas continua sendo dor.
Do outro lado, alguém percebe que tem alguém chorando. Pode não dar ‘bola’, e seguir adiante. Pode tentar se aproximar, e colocar-se “todo ouvidos”. Pode tudo, por que a dor que chora é alheia, às vezes até desconhecida, inimaginável.
Mas vivemos tempos em que não há tempo – nem pra chorar, muito menos pra perceber choro alheio. Pior mesmo é que tem gente que, mesmo sentindo dor, abafa, faz de conta que não sente, e continua exibindo a melhor mascara – por que assim é aceito, nem causa piedade, compaixão, nem risinhos sarcásticos.
Não há tempo pra chorar. Não há tempo pra sentir e se aproximar do choro do outro. É preciso seguir a encenação: nada fere, nada dói... O palco continua apinhado de gente sorridente, gente que finge não sofrer, não chorar, não sentir dor. Quando, lá no canto mais escuro, alguém é visto chorando, todos baixam o holofote, e as gargalhadas aumentam, pra que o choro não seja percebido pelo público que aplaude o grande e célere show da vida humana – cada vez mais fria, cada vez mais individualista, cada vez mais irônica, cada vez mais cênica, com script cada vez mais distanciador e pobre... Isso tudo é de chorar mesmo.
Linndoo!
ResponderExcluirVisite lá !
saltoaltoecabecaerguida.blogspot.com.br