sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O Brasil que construímos

Antes mesmo de começar a escrever o que penso, sei que vou na contramão da maioria da mídia nacional, que tem ocupado todos os espaços com as piores notícias do nosso Brasil. Quando faltam fatos de repercussão nacional, essa mesma mídia destaca brigas de vizinhos e outras ocorrências isoladas, até em Cacha Pregos, uma vila de pescadores, em Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, Bahia.
Penso que temos o Brasil que construímos. Brasil que não é só tragédia, nem só comédia. Brasil da diversidade. Brasil da miséria. Brasil da riqueza. Brasil dos sonhos. Brasil dos pesadelos. Brasil de tantas realidades. Só que não dá pra enfiar tudo isso num saco, e sair por aí, gritando uma única definição – aliás, se for comigo, gritou, já não escuto, por que meu estremecimento me ensurdece.
Lembrando a historia do Brasil (aquela reconhecidamente “oficial”, que consta nos livros, e tantas outras que nos contam os velhos sabios), podemos compreender um cadinho mais essa nação. Continuamos construindo um Brasil, na minha opinião, bonito, por que diversificado, que rompe preconceitos, sai às ruas pra mudar o que precisa ser mudado urgentemente. Brasil que pinta a cara, bota pra correr do cargo o presidente que não corresponde às expectativas e esperanças do povo.
‘Tá’ certo que sempre há exceções. No Brasil, não poderia ser diferente. Mas não vou ficar, aqui, perdendo tempo em destacar os ‘bolhas’ energumenos que querem destruir a beleza do nosso grande Brasil, com corrupção, violência, drogas, pedofilia, etc e tal. Não eu, que também sonho com o nosso Brasil gigante, berço de todas as nações, exemplo para o resto do mundo.
Se, no tempo da escravidão, os negros africanos fugiam para os quilombos, hoje, qualquer forma de opressão faz uma grande parte da nação brasileira se manifestar. E não estou falando de campanha partidaria, por que seria reduzir o sentimento de insatisfação de um povo, que, cada vez mais, se conscientiza do importante papel que tem, no cotidiano de uma nação.
Aliás, você deve lembrar os tempos de didatura, quando justamente os intelectuais – os seres mais pensantes da epoca – é que se manifestavam publicamente, desafiando o regime, e assumindo as punições. Somos filhos dessa historia, que, temos de reconhecer, serve de exemplo de liberdade e cidadania, até hoje, e assim continuará sendo.
Tudo começa na quitanda, na feira. Diante do aumento nos preços dos legumes e frutas, a clientela reclama e se afasta, deixa de comprar ali. Se tem patrão explorando funcionarios, a maioria dá jeito de manifestar-se, denunciando, e até pedindo demissão em massa. Brasileiro não se cala, diante da injustiça. Aprendemos a lição, com o que outros brasileiros sofreram, no periodo sombrio da ditadura.
Assim, construímos nosso Brasil. Alguns brasileiros ainda vivem na condição de “pedintes”, dizendo que “se Deus quer assim”, acomodando-se, deixando de fazer a parte que lhes cabe. Não importa. O Brasil continua sendo construído, a cada instante, quando uma criança, uma mulher, um homem, um velho reclamam e denunciam, e dizem: “Quero viver em paz”. É neste Brasil que acredito. É com este Brasil que eu sonho. É por este Brasil que eu torço. Brasil que busca aprender o melhor de cada cultura, e recebe o estrangeiro feito irmão. Brasil que vai além das belezas naturais, por que existe uma beleza ainda maior, que está no olhar que brilha em cada cidadão que sonha, e realiza. E ponto, sem final.

(... Agora, te prepara, respira fundo, pra votar no domingo – é “ou vai ou racha” mesmo, porque não tem terceiro turno...)

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