Acho que também faço isso com a vida, a minha vida, na vida. Só no “olhômetro” mesmo. E acho mais. Acho que a maioria dos seres humanos também faz o que eu faço. Até por que não há tempo para longas e grandes divagações. A vida nos surpreende, nos assusta, e nos arremessa a decisões inimaginaveis. Aí, então, entra em ação o “olhômetro”.
O “olhômetro” pode ser a experiência, ou a intuição, ou ‘ambas as duas’ coisas – ou até mais, ou menos, que isso, ou nada disso (sempre resta essa possibilidade). Acionando o “olhômetro”, você faz como faz na cozinha: Até fareja. Olha daqui. Olha dali. Olha de cima. Olha debaixo. Olha de todos os angulos. Olha,pra depois tomar alguma atitude – ou não. Às vezes, é necessário adicionar sal, açúcar, ou qualquer outro ingrediente – e a vida torna-se saborosa.
Minha Φιλοσοφία (a palavrinha tem origem grega) de vida passa e repassa pelo “olhômetro”, por que, de outro jeito, não enxergo – eu e minha visão estrabica. Mas nem tudo o que a gente enxerga é o que é, por que nada é – tudo está. Por isso, o “olhômetro” tem sua vez. Até os gastronomos sabem disso. Se obedecerem – “ao pé da letra” – as receitas, o sabor não ficará especial, e tudo será igual (insossamente igual). O diferencial está no “olhômetro”, que nem a gente mesma (autora do produto) sabe repetir.
Mas nem sempre o “olhômetro” funciona. Às vezes, por causa do dito cujo, a vida nos dá uma ‘trombada’ – e lá vamos nós visitar, ‘de novo, mais uma vez, novamente’, o fundo do poço – que não tem mola alguma, não.
Qualquer excesso, para o “olhômetro”, é fatal – mortal. Excedeu no açúcar, no sal, no fermento, na pimenta – ‘fudeu’. Não tem jeito. Na vida, mesma coisa. Excedeu, ultrapassou sinal – já era!... Só nos resta mesmo sofrer as consequencias do nosso “olhômetro” particular.
Antes de preparar uma receita, acho sempre bom dar uma limpadinha no “olhômetro”, e focá-lo direitinho. Ainda assim, há o risco de o “olhômetro” não estar tão a fim. E fim.
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