sábado, 14 de julho de 2012

Diálogo possível

Continuo observando o mundo em que vivo, convivo, sobrevivo, e, quando me detenho nas relações, principalmente, essas conhecidas “relações de fachada”, percebo que, na realidade, as pessoas já não se relacionam mais – não querem (sair da “zona de conforto”), ou simplesmente escolhem viver “relação de fachada”, para (quem sabe?) mostrar (aos outros, sempre os outros) que não estão sós. Independente das águas turvas que correm e escorrem nos porões da alma de cada um de nós, seres humanos e mortais, acho que tudo – tudo mesmo – é resultado da escolha (intransferível) de cada um.
Você, feito eu, pode ter presenciado, ou protagonizado, diálogos semelhantes:

- hvor lenge! Der du gikk?
- Sumi nem. Ön nem nekem több keresni.

(Estranhou?.. Isso é apenas o começo, pois, em seguida:)

-Byłem chorych. Ja poszedłem do szpitala.
-He viatjat a l'estranger. Endevinar d'on?

(O “diálogo” continua:)

- Jeg troede, du ikke vil kende mig.
- あなたは私を呼び出して、私は参照と述べた。

(E continua:)

- Myslel jsem, že jsi na mě zapomněl.
- Wissen Sie, dass Sie immer mit Menschen so interessant.

(Sempre tem o que piorar, né?)

- Искате ли да знаете? Не ви трябва.
- Joka ei halua tietää sinulta olen minä.

(E ninguém mais se entende, nem consigo mesmo:)

-عشت جيدا، دونك، وسيعيش حتى أفضل.
- Vedno vedeli boste nikoli želeli vedeti, mi.

(As fisionomias, irreconhecíveis, dizem mais que:)

- Повернутися до вашого хорошого життя без мене.
- Không bao giờ muốn nói chuyện với bạn. Tạm biệt.

(Alguém sempre se apropria das últimas palavras:)

- 누가 멀리 나는 간다. 안녕히 계세요.

… e já não há mais diálogo possível – se, algum dia, existiu...

(Quer saber o que falaram?... Eu tive de recorrer a traduções, para saber o que nem os falantes souberam ouvir. Segue a tradução (“ipsis verbis”, ou “ipsis litteris” - você escolhe):
- Há quanto tempo! Por onde você andou?
- Eu não sumi. Você que não me procurou mais.
- Adoeci. Fui parar no hospital.
- Eu viajei para o exterior. Adivinha para onde?
- Pensei que você não quisesse mais saber de mim.
-Você falou que ia me telefonar, me procurar.
- Pensei que você tivesse me esquecido.
- Sei que você está sempre junto com pessoas tão interessantes.
- Quer saber? Nem preciso de você.
- Quem não quer saber de você sou eu.
- Vivi muito bem, sem você, e vou viver melhor ainda.
- Sempre soube que você nunca quis saber de mim.
- Volte para a sua boa vida, sem mim.
- Nunca mais quero falar com você. Adeus.
- Quem vai embora sou eu. Adeus.)

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