terça-feira, 31 de julho de 2012

Pensar na vida

Pensar na vida. Pensar na vida! Pensar na vida? Por que eu perderia tempo, pensando na vida? A vida inteira, tenho gente, ao meu redor, pensando na minha vida. Enquanto moro com os pais, eles que pensem na minha vida. Depois, se eu caso, o marido, ou a esposa, que pense (e cuide) da minha vida. E ainda tem os vizinhos, os colegas de trabalho, os companheiros de festas – todos pensam na minha vida. Por que eu haveria de pensar na vida?
Pensar na vida cansa, dá trabalho demais, e ainda dói. A escolha é minha, não é? Então, escolho viver, sem pensar na vida. Prefiro fugir de qualquer conversa que me faça pensar, ou me queira pensando. Se percebo, em mim, qualquer indício de pensamento sobre a vida, encho meu ambiente de ruídos, sons ensurdecedores, gargalhadas desvairadas, e festas, e baladas.
Ouço tanta gente dizer que pensa na vida – na própria (vida) e na dos outros. É religioso. É monge. É idealista. É filósofo. É assistente social. É Prêmio Nobel da Paz. Por que eu pensaria na vida, se não sou nada disso, nem pretendo ser? Quem quiser pensar, que pense, que sofra, que procure sentido pra vida. Eu quero mais é viver, curtir a vida, sem pensar.
Se eu começar pensar na vida, vou parar de culpar os outros, e vou perceber – pensando – que sou eu que causo o bem e o mal que sofro. Pensar na vida, definitivamente, não dá certo. Se eu pensar na vida, vou querer pensar mais ainda, e vou enxergar a vida de uma outra forma – mais clara, mais real. Não. Não quero pensar na vida – nem na minha vida, nem na vida de ninguém.
Pensar na vida pressupõe pensar no tempo, pensar na morte. Eu quero mais é me divertir, longe de quem pensa na vida. O que acho pior é que essas pessoas que pensam na vida dizem que não querem chegar à conclusão alguma, mas sim, questionar, cada vez mais. Prefiro não pensar, não questionar. Que ninguém tente me obrigar pensar na vida. Não obedeço – sem pensar.
Ao que parece, quem pensa na vida está sempre instigando os outros a (também) pensarem. Comigo, não. Não tenho tempo pra essas besteiras. Quero mais é o imediato, o supérfluo, o descompromisso, o sem pensar mesmo. Depois, todo mundo morre mesmo – quem curtiu a vida, e quem pensou sobre ela. Por que vou me importar com isso?
Se, de repente, me vejo pensando na vida, saio pra beber, pra curtir a vida. Quando o efeito não é o esperado, busco drogas mais fortes – alguma qualquer coisa que me faça parar de pensar. E ainda tem gente que continua pensando em mim...
Pensar na vida? Pensar na vida! Pensar na vida.

Um comentário:

  1. Olá,acho que penso muito,sabe como é sou libriano...acho que pensar é uma constante mas as vezes deixo-me levar por alguns impulsos e confesso são bem satisfatorios,bjsss

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