Há poucos dias, participei de um grande evento – um aprendizado sem fim, como toda junção de seres humanos diferentes, e tão iguais. Mais uma vez, pude constatar, como sempre, que fazemos parte de uma peça teatral, como atores (não autores) – voluntária, ou involuntariamente. Às vezes, nos dão o script; outras, tentamos adivinhar a nossa próxima fala. E assim vamos encenando a peça que causaria espanto (será?) a Pirandello, ou Plínio Marcos.
Durante o evento, pude conversar com (mais ouvir) toda diferente gente. Eram pessoas com sotaques diferentes, mas, mais que isso, formação diferente, cultura diferente, e, mais ainda, visão diferente. Lembrei o que um amigo falou, há algum tempo, quando questionei por que tantas discussões, e depois acertos inimagináveis, numa dessas reuniões que não acabam nunca. E ele me disse que “nos separamos por ideologias, mas nos unimos por interesses”. Pensei a respeito, e, como sempre, nada concluí.
Mas o que eu quero deixar registrado aqui é que somos atores desta vidinha que dizem nos pertencer, nos grandes e nos mais ínfimos eventos cotidianos. Na maioria das vezes, transitamos como coadjuvantes, enquanto desconhecemos os protagonistas, e jamais saberemos o autor da dita peça. O palco é imenso, por que o público (que somos todos nós) interage, trabalha, dedicada e exaustivamente, na construção de convivências (positivas ou negativas). E ainda tem gente que pensa que tudo isso é ensaio (pode?).
Sabemos, intuitivamente (seria esta a palavra?), o que devemos fazer, dizer ou calar, a cada cena. Mas nem sempre acertamos, ou por que estávamos distraídos olhando outra cena, ou simplesmente agimos intencionalmente, para desafiar, senão o autor desconhecido, os colegas de cena. O resultado é sempre o mesmo: somos convidados a nos retirar (intuitivamente), ou nos retiram de uma cena da vida, sem a mísera comunicação do fato, muito menos justificativa. Mas os atores (coadjuvantes, ou protagonistas) continuam lá, na cena, cumprindo o que consideram o papel de cada um, sem haver papel que os defina. Ainda há outras cenas convocando-lhes presença imediata. E lá vão eles – de cena em cena -, interagindo, tontos, com outros atores cambaleantes.
Dentro ou fora da cena, percebemos que, aos poucos, o entusiasmo vai desaparecendo, mesmo naqueles que tudo observam, e chamam a atenção. Mas o cansaço, se a cena persiste, leva adiante, quando ninguém mais pensa, e começamos a ouvir e falar besteiras. Mas a ausência do script não faz silenciar, nem baixar as cortinas. A peça continua. O público não aplaude, por que (também) encena. O autor da peça (não escrita) não aparece, e tudo termina, como se fosse o começo do nada.
Fim.
Durante o evento, pude conversar com (mais ouvir) toda diferente gente. Eram pessoas com sotaques diferentes, mas, mais que isso, formação diferente, cultura diferente, e, mais ainda, visão diferente. Lembrei o que um amigo falou, há algum tempo, quando questionei por que tantas discussões, e depois acertos inimagináveis, numa dessas reuniões que não acabam nunca. E ele me disse que “nos separamos por ideologias, mas nos unimos por interesses”. Pensei a respeito, e, como sempre, nada concluí.
Mas o que eu quero deixar registrado aqui é que somos atores desta vidinha que dizem nos pertencer, nos grandes e nos mais ínfimos eventos cotidianos. Na maioria das vezes, transitamos como coadjuvantes, enquanto desconhecemos os protagonistas, e jamais saberemos o autor da dita peça. O palco é imenso, por que o público (que somos todos nós) interage, trabalha, dedicada e exaustivamente, na construção de convivências (positivas ou negativas). E ainda tem gente que pensa que tudo isso é ensaio (pode?).
Sabemos, intuitivamente (seria esta a palavra?), o que devemos fazer, dizer ou calar, a cada cena. Mas nem sempre acertamos, ou por que estávamos distraídos olhando outra cena, ou simplesmente agimos intencionalmente, para desafiar, senão o autor desconhecido, os colegas de cena. O resultado é sempre o mesmo: somos convidados a nos retirar (intuitivamente), ou nos retiram de uma cena da vida, sem a mísera comunicação do fato, muito menos justificativa. Mas os atores (coadjuvantes, ou protagonistas) continuam lá, na cena, cumprindo o que consideram o papel de cada um, sem haver papel que os defina. Ainda há outras cenas convocando-lhes presença imediata. E lá vão eles – de cena em cena -, interagindo, tontos, com outros atores cambaleantes.
Dentro ou fora da cena, percebemos que, aos poucos, o entusiasmo vai desaparecendo, mesmo naqueles que tudo observam, e chamam a atenção. Mas o cansaço, se a cena persiste, leva adiante, quando ninguém mais pensa, e começamos a ouvir e falar besteiras. Mas a ausência do script não faz silenciar, nem baixar as cortinas. A peça continua. O público não aplaude, por que (também) encena. O autor da peça (não escrita) não aparece, e tudo termina, como se fosse o começo do nada.
Fim.
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