sábado, 16 de julho de 2011

Auto-entrevista

Desde sempre, sobrevivo das palavras. Profissionalmente, continuo entrevistando muita e toda gente. Volta e meia, ou meia volta, alguém me pergunta algo pessoal, e eu saio sempre pela tangente, na maioria das vezes, lançando uma outra pergunta no ar, sem responder coisa alguma. Pensando nisso é que resolvi colocar aqui alguns pontinhos de interrogação que recebi – respondo-os agora, com alguns seculos de atraso.

O que mais admira numa pessoa?
O exercicio de ser humano.

Uma saudade:
Meu pai, não por que morreu, mas por que me ensinou sobre viver.

Livros de cabeceira:
Clarice Lispector e Fernando Pessoa – sempre de mãos dadas comigo, na escuridão.

Uma duvida:
Todas as duvidas.

Um lugar:
Qualquer lugar.

Prato predileto:
Arroz, feijão, ovo frito e couve.

Uma certeza:
A certeza de que não há certeza alguma.

Uma companhia:
A que aceita a minha companhia.

Sobre a morte:
Faz parte (ainda não sei de quê).

Um livro:
Muitos, todos que releio.

Uma canção:
Dia Branco (Geraldo Azevedo/Renato Rocha)

Um sonho:
O unico segredo.

Se sente bem resolvida?
Nem bem, nem mal resolvida.

Uma coragem:
Viver.

Uma alegria:
Não pensar. É quando descanso a alma.

Um perfume:
Sou alergica, mas gosto de brisa, cheiro de mata fechada.

Um toque:
As veias grossas das mãos de meu pai.

Uma voz:
De uma menina que canta e brinca na minha alma.

Um olhar:
Quando não há necessidade de palavras.

Uma tristeza:
Pensar.

Um momento:
Aqui. Agora.

Um segredo:
Um sonho unico.

Amizade:
Sem fim, nem fins.

Uma viagem:
Todas que faço, sem bagagem, sem passaporte.

Um projeto:
Continuar tentando concretizar algum projeto.

O que admira em você?
Eu (ainda e sempre) acreditar – de fato – no impossível.

Uma descoberta:
Ainda que eu não saiba receber, é melhor ser amada, que odiada.

Um País:
Brasil – sempre -, com amor acalentado também à África.

Uma palavra:
A palavra genuína – sem interpretações.

Um desejo:
Que eu ainda consiga ser plenamente coerente com o que penso e faço.

Um medo:
Todos os medos.

O que costuma fazer, antes de pegar no sono?
Ler, e dormir com canções.

Sobre a vida:
Qualquer coisa que ainda me instiga, e eu não compreendo.

Como prefere ser enxergada:
Alguém que se alimenta do impossível.

O que vale a pena?
Acreditar – sempre.

Campo, praia, ou montanha?
Uma rede – em qualquer lugar.

O que mudaria em você?
Se eu mudasse, já não seria mais eu – eu, que nem sei quem sou.

Mar:
Fascinio.

Terra:
Limite.

Céu:
Nuvens.

Fé:
Crer em si mesmo.

Arte:
Vida.

Familia:
Ninho.

Um idolo:
Sem mitificações.

Uma bebida:
Coca-cola – sempre.

O que te chateia?
Fofoca.

O teu primeiro pensamento, quando acorda:
Calma, calminha!

O que não vale a pena?
Desistir de um sonho.

Dia ou noite?
Madrugada.

O que te anima?
Admirar as nuvens.

Amanhã será...
Amanhã.

Ontem foi...
Ontem.

Amor:
Tudo – em tudo.

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