Você já reparou o quanto nos alimentamos, diariamente, além das refeições, dos lanchinhos fora de hora, do assalto à geladeira à noite?... Dizem que tudo isso é o nosso pão de cada dia. Mas não é sobre gastronomia que quero escrever. Nem sobre nutrição, ou até o aspecto religioso disso tudo.
Além de alimentarmos o estomago – consequentemente, todo o organismo e o fisico -, também alimentamos algo mais abstrato, mais sutil: sonhos, pensamentos, ideias, ideais, projetos, planos, sentimentos, ‘coisas’ da alma. E tudo isso (também) é o nosso pão de cada dia. Mas é tanta oferta diaria, que acabamos tendo de escolher – sempre. E a unica coisa que difere é justamente a escolha que cada um faz. Não há outro jeito, sabendo disso, ou não: a opção (quando dá tempo de pensar) já vem com a consequência ‘embutida’. Kit completo.
São tantas ofertas, tantas procuras, que, muitas vezes, acho que nos perdemos, nos corredores de escolhas da vida. No que diz respeito ao alimento propriamente dito – para o estomago não ‘roncar’ -, a maioria dos produtos conquista todos os sentidos: visão, olfato, tato, paladar. A fala e a audição são as conquistas finais, quando falamos e ouvimos sobre o prato delicioso que acabamos de degustar.
Para alimento intelectual, a gente conta com a ‘mãozinha’ de uma enxurrada de informações diarias, que nos chegam por email, ou em pesquisas de internet. E ainda tem muita gente que lê jornal (de papel mesmo), diariamente, enquanto outros se reúnem em torno de uma televisão, ou até de um radio. São tantas informações, que não há como retê-las todas. Por isso, selecionamos (escolhemos, mais uma vez) – cada qual, pelo ‘filtro’ proprio que dispõe, ou quer dispor.
Mas, ainda, nos resta o pão nosso de cada dia mais intrinseco, alimento que vai parar lá no fundinho da alma da gente. É justamente aí, nesse pão de cada dia da alma, que eu ‘tô’ pensando.
O que você tem escolhido comer, devorar?... O que você engasga, e não consegue engolir?... O que você tem engolido, por obrigação, com dificuldades?... Qual o pão de cada dia que te causa enjoo?... O que você tem conseguido digerir?... O que você tem vomitado, do pão de cada dia que escolhe?... O que você “engole seco”, por autopunição?... O que você tem deixado no prato, sem sequer provar?... Que alimentos te causam diarreia?... Qual o teu prato predileto?...
Leu as perguntas?... Também li. Quer saber?... Isso tudo me deu uma fome! – vou ali fazer a cotidiana visitinha à geladeira, e depois eu penso (e escrevo) mais sobre isso. Ou não.
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