Aos poucos, vamos participando de “conferencias on line”, “aulas on line”, “relacionamentos on line”, “trabalhos on line”. Sem essa de pedir demissão, ou avisar, pessoalmente, a desistencia de um curso – basta desconectar. Pronto. Até divorcio pode ser via internet (por que não?).
Mas tem mais mudanças humanas – imperceptíveis, ou desconsideráveis (por isso, desconsideradas), pela maioria. Como se não bastasse, ainda exigimos dos outros o que nós não praticamos. Por isso, tem tanta gente, indignada, denunciando as consequencias do que essa mesma gente causou.
Acho que se engana, quem pensa que vivemos a “era da informação”. Ao contrario, estamos na era da desinformação. São tantas informações, que acabamos não mais retendo coisa alguma, sabendo, de antemão, que podemos acessar, a qualquer momento, o deposito informativo da internet. Isso resulta, obviamente, no que chamo ‘engessamento mental’. Habituamos não pensar, por que já temos informações – que consideramos – suficientes, sempre à mão. Lamentável.
Depois dos periodos de romantismo, modernismo, vivemos tempos de individualismo. Ainda fico tentando imaginar o que escreverá o nosso futuro, a esse respeito... E o individualismo nos traz outro ‘ismo’: o imediatismo. Ninguém faz planos a longo prazo – tudo precisa ser “pra ontem”. Por isso, estão na moda as “festas miojo” – três minutos depois, todo mundo já pode começar “comer” todo mundo (expressão que, no romantismo, não era sinonimo de fazer sexo – com, ou sem amor). Poucos, se comparados à maioria, investem em relacionamentos. Não há mais esperanças. Nem sonhos.
A palavra construção, que, há algum tempo atrás, representava constancia, está desaparecendo. A maioria já não pensa em construir – se constrói, é em tempo minimo, com pré-moldado, só utilizando o que necessita para simples encaixe.
Volto a perguntar: Eu é que sou ironica?...