Acho que, antes mesmo de o medo apresentar-se, acompanhado de seus suditos motivos e justificativas, chega, imponente, o medo do medo, em todos nós. Sentimos medo, a vida inteira – às vezes, recuamos, por causa dele, mas quase sempre o medo nos paralisa a alma. Temos medo do desconhecido, sim, mas, talvez, mais ainda, medo do que nos é conhecido, familiar até.
Na minha opinião, sem verdade alguma, penso que real mesmo é o medo do medo. Sentimos medo de sentir medo, por que nos desconhecemos, neste instante, nos desequilibramos, nos descontrolamos, deixamos de ser aquelas criaturas que escamoteiam o medo original. Por outro lado, o medo nos arrebata pela insegurança, por que nos impede de arriscarmos. Com medo, permanecemos na “zona confortável” das nossas certezas.
Um amigo filosofo diz que “já não mantemos mais amizades – só contatos”. Acho que ele está certo. Observando o meu mundinho de convivencias, percebo que as pessoas tateiam, de quando em vez, a superficialidade das relações, ou nem isso. As justificativas, ao agirem assim, podem ser diversas, inimagináveis até. Mas o motivo continua bem escondidinho, lá no fundo (da alma? talvez): experiencia de vivencia.
Deixamos de arriscar? Talvez. Mas, mais ainda, deixamos de investir. Não me refiro, aqui, a investimentos na Bolsa, nem outros investimentos financeiros. Realmente, não é a minha ‘praia’. Mas tem investimento mais importante, na vida: a propria vida. Pelo menos, essa é a minha opinião ‘insignificantezinha’.
Feito qualquer outro investimento, quando investimos na vida, fazemos a nossa escolha, como quando resolvemos não investir. Se o medo nos impede, existe, também, escolha nossa: optamos nos resguardar no medo do medo, que predomina absoluto na zona de conforto. E ainda justificamos: Investir, pra que, se podemos viver sem depender de nada, de ninguém?... Contatos apenas não pressupõem envolvimento, compromisso – entrega. Amizade e relacionamento de casal levam adiante – envolvem, comprometem e nos entregam. Isso tudo – claro! – acarreta ônus e bônus. Mas ninguém quer saber de assumir os ônus. O que todo mundo quer mesmo é o conhecido “bem-bom”, que a gente não encontra nas prateleiras do mercado – empacotadinho, sob medida.
Relações são construídas. Para isso, penso eu (que penso), é preciso investir – com mais valores que investem os magnatas, nas Bolsas. Mas só pensar sobre isso já cansa a maioria. Então, em vez de investir em relacionamentos, a maioria prefere “manter contatos”, enquanto o medo do medo continua reinando – absoluto. A escolha é feita - sempre.
A mim, que não concluo o que penso, só me resta lembrar aquela ‘grande’ frase do jovem do hip hop, que escutei: “Mando um salve pro demenor, porque pá, tipo assim, daquele jeito, tá ligado, mas não dá nada!”...
eu vou fazer uma cronica ironica mas não sabia começar agr eu sei valeu ai viu...
ResponderExcluirass:Hiago Destro