Há quarenta anos, a mesma discussão: Afinal, foi mesmo um norte-americano, o primeiro homem a pisar na lua?... Há quem vá mais longe, nas conjecturas, questionando, inclusive, que modelo de cueca Neil Armstrong, o comandante da grande missão, estava vestindo (ou não?), por ocasião do ‘grande evento’ (sunga, ou samba-canção?).
Se foi verdade, ou encenação hollywoodiana, o responsável maior por isso foi John Kennedy, que, em 62, estabeleceu que os Estados Unidos mandariam, de qualquer jeito, um homem à lua, antes do final daquela década. Aconteceu - pelo menos nos aparelhos de televisão do mundo inteiro (que não eram tantos como hoje), e as imagens lunares, ou lunáticas, continuam dando voltas e voltas em torno da terra.
Cá entre nós, será que o presidente norte-americano havia pensado em Armstrong para a tarefa, ou tinha outro nome para ser o primeiro a pisar na lua?... Diariamente, até hoje, a gente tem vontade de mandar gente à ‘merda’ – poderia ser à lua, naquela época... Vai saber, né?... O resultado é que Neil protagonizou o grande momento, teatral, ou histórico (por que, mesmo teatral, continuaria sendo histórico). Afinal, ele comandava.
Há poucos dias, inclusive, Mr. Obama recebeu os três astronautas que fizeram o voo histórico: Buzz Aldrin, Michael Collins e Neil Armstrong. Os velhinhos são uma graça, tão simpáticos, que pouco me importa saber se eles chegaram à lua mesmo, ou ‘viajaram na maionese’. Os norte-americanos sabem aplaudir de pé os seus mitos, sejam eles ‘gerados’ em Hollywood, ou não. Aplaudam. Armstrong, Aldrin e Collins merecem, por que, se não foram eles a ‘desvirginar’ a lua, incorporaram os papéis, de forma tão brilhante, que outros atores não os superariam na representação.
...
Esse filme norte-americano me faz lembrar uma historinha antiga, tão antiga quanto a aterrissagem da Apollo 11 na superfície lunar (ou lunática). Mais do que tenha representado para todos os habitantes do (nosso) planeta, a chegada do homem na lua foi importantíssima, eu exagero até em escrever que foi vital para uma menina de sete anos, que conhecia o mundo, naquela época, através de uma janela de trem – e como tudo passava tão rápido.
Há quarenta anos, não havia o diálogo que há (ou seria legal que houvesse) hoje, nas famílias. Os adultos eram ‘seres estranhos e distantes’, às crianças. Por isso, talvez, a fantasia era mais fértil, parecia ocupar mais espaço que a realidade, por que o ‘real’ era adulto, não infantil.
Há quarenta anos, num dia qualquer, o pai da menina chegou em casa, com uma caixa enorme de papelão. A mãe e os irmãos da menina aproximaram-se de imediato, curiosos. A menina ficou escondida, atrás da cortina, esperando, sonhando (quem sabe?). Foi quando o pai explicou, em tom solene: - Comprei nossa primeira televisão, para assistirmos a chegada do homem na lua. A menina esqueceu a caixa, cuidadosamente colocada no chão da sala, e aproximou-se do pai, fazendo um monte de perguntas confusas: - Tem gente lá em cima, na mesma lua que a gente vê aqui embaixo? Como eles foram pra lá? Eles vão morar lá agora?... perguntas... perguntas... um ‘rosário’ e meio de perguntas... O pai, rindo muito, foi explicando à esposa e aos filhos o que representava ‘pisar na lua’, na história humana, enquanto desencaixotava o ‘objeto estranho’.
Há quarenta anos, a menina olhou, pela primeira vez, um aparelho de televisão, sem compreender a ‘mágica’ daquela caixa escura, enorme. O pai, naturalmente, tratou de ligar o aparelho. No primeiro indício de áudio e imagem, a mãe correu, e, atrás dela, a menina e os irmãos fugiram à cozinha. O pai os chamou de volta, o que só aconteceu, quando a mãe foi à sala. “Não tem perigo” – garantiu o pai, gargalhando. O que a família assistiu, naquele instante, foi alguma coisa indescritível, secreta para cada um.
A menina descobriu que havia mais mundos que ela já fantasiara. Era muita gente vivendo, respirando dentro daquela caixa, que se, antes de ser descoberta, parecia tão grande, tornou-se pequena, minúscula. Foi o pai quem disse à menina que todos os que ela via na televisão moravam dentro daquela caixa – e por isso o aparelho tinha de ser desligado, para “todo mundo comer, dormir, ir ao banheiro, tomar banho, lá dentro mesmo”. Ah, a menina não perdia a oportunidade de ficar espiando atrás do aparelho (desligado), quando ninguém estava na sala. Mesmo quando apanhava da mãe (“por que não pode mexer”), a menina saía satisfeita da sala, por que a imaginação iluminava o ‘mundo escuro’ que ela conseguira visualizar.
Quantas estórias a menina sonhou, espiando dentro daquele aparelho, e jamais assistiu na televisão... e ainda sonha... A menina era – sou eu!...
Se foi verdade, ou encenação hollywoodiana, o responsável maior por isso foi John Kennedy, que, em 62, estabeleceu que os Estados Unidos mandariam, de qualquer jeito, um homem à lua, antes do final daquela década. Aconteceu - pelo menos nos aparelhos de televisão do mundo inteiro (que não eram tantos como hoje), e as imagens lunares, ou lunáticas, continuam dando voltas e voltas em torno da terra.
Cá entre nós, será que o presidente norte-americano havia pensado em Armstrong para a tarefa, ou tinha outro nome para ser o primeiro a pisar na lua?... Diariamente, até hoje, a gente tem vontade de mandar gente à ‘merda’ – poderia ser à lua, naquela época... Vai saber, né?... O resultado é que Neil protagonizou o grande momento, teatral, ou histórico (por que, mesmo teatral, continuaria sendo histórico). Afinal, ele comandava.
Há poucos dias, inclusive, Mr. Obama recebeu os três astronautas que fizeram o voo histórico: Buzz Aldrin, Michael Collins e Neil Armstrong. Os velhinhos são uma graça, tão simpáticos, que pouco me importa saber se eles chegaram à lua mesmo, ou ‘viajaram na maionese’. Os norte-americanos sabem aplaudir de pé os seus mitos, sejam eles ‘gerados’ em Hollywood, ou não. Aplaudam. Armstrong, Aldrin e Collins merecem, por que, se não foram eles a ‘desvirginar’ a lua, incorporaram os papéis, de forma tão brilhante, que outros atores não os superariam na representação.
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Esse filme norte-americano me faz lembrar uma historinha antiga, tão antiga quanto a aterrissagem da Apollo 11 na superfície lunar (ou lunática). Mais do que tenha representado para todos os habitantes do (nosso) planeta, a chegada do homem na lua foi importantíssima, eu exagero até em escrever que foi vital para uma menina de sete anos, que conhecia o mundo, naquela época, através de uma janela de trem – e como tudo passava tão rápido.
Há quarenta anos, não havia o diálogo que há (ou seria legal que houvesse) hoje, nas famílias. Os adultos eram ‘seres estranhos e distantes’, às crianças. Por isso, talvez, a fantasia era mais fértil, parecia ocupar mais espaço que a realidade, por que o ‘real’ era adulto, não infantil.
Há quarenta anos, num dia qualquer, o pai da menina chegou em casa, com uma caixa enorme de papelão. A mãe e os irmãos da menina aproximaram-se de imediato, curiosos. A menina ficou escondida, atrás da cortina, esperando, sonhando (quem sabe?). Foi quando o pai explicou, em tom solene: - Comprei nossa primeira televisão, para assistirmos a chegada do homem na lua. A menina esqueceu a caixa, cuidadosamente colocada no chão da sala, e aproximou-se do pai, fazendo um monte de perguntas confusas: - Tem gente lá em cima, na mesma lua que a gente vê aqui embaixo? Como eles foram pra lá? Eles vão morar lá agora?... perguntas... perguntas... um ‘rosário’ e meio de perguntas... O pai, rindo muito, foi explicando à esposa e aos filhos o que representava ‘pisar na lua’, na história humana, enquanto desencaixotava o ‘objeto estranho’.
Há quarenta anos, a menina olhou, pela primeira vez, um aparelho de televisão, sem compreender a ‘mágica’ daquela caixa escura, enorme. O pai, naturalmente, tratou de ligar o aparelho. No primeiro indício de áudio e imagem, a mãe correu, e, atrás dela, a menina e os irmãos fugiram à cozinha. O pai os chamou de volta, o que só aconteceu, quando a mãe foi à sala. “Não tem perigo” – garantiu o pai, gargalhando. O que a família assistiu, naquele instante, foi alguma coisa indescritível, secreta para cada um.
A menina descobriu que havia mais mundos que ela já fantasiara. Era muita gente vivendo, respirando dentro daquela caixa, que se, antes de ser descoberta, parecia tão grande, tornou-se pequena, minúscula. Foi o pai quem disse à menina que todos os que ela via na televisão moravam dentro daquela caixa – e por isso o aparelho tinha de ser desligado, para “todo mundo comer, dormir, ir ao banheiro, tomar banho, lá dentro mesmo”. Ah, a menina não perdia a oportunidade de ficar espiando atrás do aparelho (desligado), quando ninguém estava na sala. Mesmo quando apanhava da mãe (“por que não pode mexer”), a menina saía satisfeita da sala, por que a imaginação iluminava o ‘mundo escuro’ que ela conseguira visualizar.
Quantas estórias a menina sonhou, espiando dentro daquele aparelho, e jamais assistiu na televisão... e ainda sonha... A menina era – sou eu!...
Com certeza uma história singela e doce, ou será uma lembrança?
ResponderExcluirDe qualquer forma, uma linda históriaa....!
=**