Antes de tudo e antes de mais nada, quero dizer que, em mim, em minh’alma, a música de Beethoven causa emoção indizível – mais ainda, quando dissonante, por que imprevisível, imprevista. “Com certeza”, como diria a jornalista Leda Nagle, que hoje fatura com a venda de um livro com este título (“Com certeza”), Ludwig van Beethoven é o grande mestre da música clássica – senão o maior, um dos.
O que vou relatar aqui não é fofoca, não. Aliás, não sou de fofocas, mas respeito sempre a função dos fofoqueiros de plantão, que a mim, particularmente, são úteis e prestimosos, sem nunca me decepcionarem, quando preciso que uma notícia seja espalhada fora dos meios “oficiais” de comunicação, em tempo recorde. O efeito da fofoca é sempre maior, como também a abrangência. Inimaginável.
Há pouco, acabei de ler o livro “Beethoven”, de Edmund Morris. O cara pesquisou, durante cinquenta anos (meio século!) sobre a vida do músico, e dá “de bandeja” pra gente, tudo o que nem Beethoven teve tempo pra pensar dele mesmo. São todos os segredos de Beethoven descobertos, revelados, impressos, publicados e divulgados por quase todo o planeta (me disseram que o livro ainda não chegou aos esquimós, que aguardam desesperados).
Pra preparar o teu espírito, às revelações que seguem, vou te contar que sempre senti Beethoven soturno, melancólico – através de suas músicas, obviamente, por que, como você, também eu não vivi o tempo dele, nem o conheci. O que Edmund Morris revela - desmitica – é que Beethoven não era um cara soturno, melancólico. Era alguém de mal com a vida, isso sim, e, quando chorava (se chorava), era de raiva mesmo. Tudo isso, depois que ficou surdinho, surdinho.
Antes de não ouvir mais nada, Beethoven, segundo Morris (é apenas relato do livro, não é fofoca), era mulherengo, garanhão, vaidoso, orgulhoso, egoísta, interesseiro, caprichoso, genioso, e ainda “passava a perna” em muitas “majestades” da época, pedindo dinheiro, e prometendo, em troca, escrever músicas, as quais nunca eram escritas. Ficavam só na promessa. Além do mais, Beethoven alimentava uma rivalidade imensa em relação aos irmãos dele. Em tudo o que foi pesquisado pelo autor do livro, Beethoven exibia-se como um verdadeiro “deus” – paixão e ira. Talvez, o que nunca tenha mudado, na vida de Beethoven (antes e depois da surdez), foi o tratamento que ele dispensava aos criados: pedantismo e humilhação.
Quem sabe, como eu, você também tenha assistido “Minha Amada Imortal” e/ou “O Segredo de Beethoven”. Os filmes são bons, ainda que não revelem qualquer fato verídico sobre a vida do grande mestre. Em “Minha Amada Imortal”, o cineasta “viajou na maionese”, por que foi atrás de documentos fraudados por um velho assistente de Beethoven, que inventou uma estorinha sobre provável envolvimento amoroso do músico com a esposa de um dos irmãos dele (Beethoven). O único envolvimento que houve entre ambos, conforme o livro que acabei de ler, foi a briga pela tutela do sobrinho de Beethoven (Karl), filho da cunhada viúva, depois da morte do irmão dele (Beethoven). A verdadeira “amada imortal”, revela Edmund Morris, foi a única mulher que Beethoven tentou seduzir, mas não conseguiu. Inclusive, o autor do livro reproduz trechos de cartas de Beethoven, aonde o próprio mestre confessa que chegou pedir a “amada imortal” em casamento, mas ela desanimou-lhe, dizendo que queria continuar “livre, leve e solta”. Talvez, por isso mesmo, tenha recebido o título de “minha amada imortal”, por Beethoven: ele não viveu com ela o grande amor que sonhava, por isso imortal... Vai saber, né?...
O filme “O Segredo de Beethoven” não traz coisa alguma, nem tem enredo, detendo-se apenas na figura enlouquecida do músico surdo, acompanhado pela (imaginada) copista, que seria sua assistente, contratada para passar a limpo as partituras das músicas de Beethoven. No livro, Morris não faz qualquer referência à copista, tanto é que cita sempre a companhia de algum assistente (sexo masculino) com Beethoven.
A intenção não foi fofocar, mas acho valoroso a gente conhecer (não é bem o termo) os nossos mitos. Uma coisa é sentir as músicas que Ludwig van Beethoven compôs (a preço de inimagináveis “florins” da época). Outra coisa é querer saber a vida da alma conturbada do grande mestre da música clássica. O que Edmund Morris prova, com o livro, resultado de tanta pesquisa, é que Beethoven podia se achar, mas não era “deus”. Pelo contrário. Nasceu e morreu perdido - tão humano, quanto eu, quanto você. Mas nos restaram as composições dele - apaixonadas e apaixonantes, enlouquecidas e enlouquecedoras...
Pra ‘fechar’, cito o próprio livro:
“A frase em latim ‘Plaudite, amici, comoedia finita est’, dita por Beethoven, citava o antigo slogan de muitas peças latinas: ‘Aplaudam, amigos, a comédia acabou’.”
O que vou relatar aqui não é fofoca, não. Aliás, não sou de fofocas, mas respeito sempre a função dos fofoqueiros de plantão, que a mim, particularmente, são úteis e prestimosos, sem nunca me decepcionarem, quando preciso que uma notícia seja espalhada fora dos meios “oficiais” de comunicação, em tempo recorde. O efeito da fofoca é sempre maior, como também a abrangência. Inimaginável.
Há pouco, acabei de ler o livro “Beethoven”, de Edmund Morris. O cara pesquisou, durante cinquenta anos (meio século!) sobre a vida do músico, e dá “de bandeja” pra gente, tudo o que nem Beethoven teve tempo pra pensar dele mesmo. São todos os segredos de Beethoven descobertos, revelados, impressos, publicados e divulgados por quase todo o planeta (me disseram que o livro ainda não chegou aos esquimós, que aguardam desesperados).
Pra preparar o teu espírito, às revelações que seguem, vou te contar que sempre senti Beethoven soturno, melancólico – através de suas músicas, obviamente, por que, como você, também eu não vivi o tempo dele, nem o conheci. O que Edmund Morris revela - desmitica – é que Beethoven não era um cara soturno, melancólico. Era alguém de mal com a vida, isso sim, e, quando chorava (se chorava), era de raiva mesmo. Tudo isso, depois que ficou surdinho, surdinho.
Antes de não ouvir mais nada, Beethoven, segundo Morris (é apenas relato do livro, não é fofoca), era mulherengo, garanhão, vaidoso, orgulhoso, egoísta, interesseiro, caprichoso, genioso, e ainda “passava a perna” em muitas “majestades” da época, pedindo dinheiro, e prometendo, em troca, escrever músicas, as quais nunca eram escritas. Ficavam só na promessa. Além do mais, Beethoven alimentava uma rivalidade imensa em relação aos irmãos dele. Em tudo o que foi pesquisado pelo autor do livro, Beethoven exibia-se como um verdadeiro “deus” – paixão e ira. Talvez, o que nunca tenha mudado, na vida de Beethoven (antes e depois da surdez), foi o tratamento que ele dispensava aos criados: pedantismo e humilhação.
Quem sabe, como eu, você também tenha assistido “Minha Amada Imortal” e/ou “O Segredo de Beethoven”. Os filmes são bons, ainda que não revelem qualquer fato verídico sobre a vida do grande mestre. Em “Minha Amada Imortal”, o cineasta “viajou na maionese”, por que foi atrás de documentos fraudados por um velho assistente de Beethoven, que inventou uma estorinha sobre provável envolvimento amoroso do músico com a esposa de um dos irmãos dele (Beethoven). O único envolvimento que houve entre ambos, conforme o livro que acabei de ler, foi a briga pela tutela do sobrinho de Beethoven (Karl), filho da cunhada viúva, depois da morte do irmão dele (Beethoven). A verdadeira “amada imortal”, revela Edmund Morris, foi a única mulher que Beethoven tentou seduzir, mas não conseguiu. Inclusive, o autor do livro reproduz trechos de cartas de Beethoven, aonde o próprio mestre confessa que chegou pedir a “amada imortal” em casamento, mas ela desanimou-lhe, dizendo que queria continuar “livre, leve e solta”. Talvez, por isso mesmo, tenha recebido o título de “minha amada imortal”, por Beethoven: ele não viveu com ela o grande amor que sonhava, por isso imortal... Vai saber, né?...
O filme “O Segredo de Beethoven” não traz coisa alguma, nem tem enredo, detendo-se apenas na figura enlouquecida do músico surdo, acompanhado pela (imaginada) copista, que seria sua assistente, contratada para passar a limpo as partituras das músicas de Beethoven. No livro, Morris não faz qualquer referência à copista, tanto é que cita sempre a companhia de algum assistente (sexo masculino) com Beethoven.
A intenção não foi fofocar, mas acho valoroso a gente conhecer (não é bem o termo) os nossos mitos. Uma coisa é sentir as músicas que Ludwig van Beethoven compôs (a preço de inimagináveis “florins” da época). Outra coisa é querer saber a vida da alma conturbada do grande mestre da música clássica. O que Edmund Morris prova, com o livro, resultado de tanta pesquisa, é que Beethoven podia se achar, mas não era “deus”. Pelo contrário. Nasceu e morreu perdido - tão humano, quanto eu, quanto você. Mas nos restaram as composições dele - apaixonadas e apaixonantes, enlouquecidas e enlouquecedoras...
Pra ‘fechar’, cito o próprio livro:
“A frase em latim ‘Plaudite, amici, comoedia finita est’, dita por Beethoven, citava o antigo slogan de muitas peças latinas: ‘Aplaudam, amigos, a comédia acabou’.”
É desanimador saber agora que os acontecimentos mostrados no filme "Minha amada imortal" não são verdadeiros.. mas concordo com você, a vida de Beethoven vai além de suas músicas e merece ser conhecida. Parabéns pelo artigo e pelo blog!
ResponderExcluirqual é o segredo de Beethoven no filme?^
ResponderExcluirMeu caro, você tem de ler melhor o Morris, diz ai muita burrice. Ja agora leia tambem Lockwood, Cooper, os Massin, Rolland, Thayer e o proprio Schindler, nas duas edicoes. E leia as muitas cartas, diário e apontamentos pessoais do compositor. Quando o fizer deixará de escrever tanta fofoca.
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