Vivemos e sobrevivemos em tempos de crises – crises mundiais, crises particulares. As nossas crises de cada dia. E não são poucas.
Enquanto o mundo sofre crise econômica, a humanidade tenta equilibrar-se, diante de cada crise. No mais particular da vida, cada ser humano enfrenta, ou foge das próprias crises cotidianas. Quando há superação de alguma crise, outra e outras crises surgem no lugar, com certeza. E lá vamos nós, ‘novamente, mais uma vez, de novo’, tentar sobrepor. Tem gente até que encontra aí o sentido da vida: superação das crises. Eu até procuro, mas não consigo achar sentido algum nisso.
Filologicamente (que palavrão!), parece que a palavra crise descende do sânscrito “Kri” (purificar, limpar, desembaraçar). Pelo que sei, não é só na Índia que crise significa motivação. Na Grécia, parece que também é assim. Depois da crise econômica que abateu aquele país, tomara que os gregos encontrem consolo nisso. Mas, por favor, que não agradeçam as crises...
Já o nosso ‘eterno companheiro amansa-burro Aurelião’ fala (por que, convenhamos, esse dicionário até grita, às vezes): “Crise: s.f. Mudança brusca que se produz no estado de um doente e que se deve à luta entre o agente agressor infeccioso e as forças de defesa do organismo. / Período de manifestação aguda de uma afecção: crise de apendicite. / Manifestação violenta, repentina e breve de um sentimento, entusiasmo ou afeto; acesso: crise de gargalhadas; crise de arrependimento. / Fig. Momento perigoso ou difícil de uma evolução ou de um processo; período de desordem acompanhado de busca penosa de uma solução: a adolescência é uma crise necessária. / Fig. Conflito, tensão: crise familiar. / Fig. Ausência, carência, falta, penúria, deficiência: crise de mão-de-obra. / Decadência; queda; enfraquecimento: crise de moralidade. // Crise econômica, ruptura periódica do equilíbrio entre produção e consumo, que traz como conseqüências desemprego generalizado, falências, alterações dos preços e depreciação dos valores circulantes. // Crise ministerial, período intermediário entre a dissolução de um governo e a formação de outro em regimes parlamentares.”
Mas não quero me enrolar em crises que nem com dicionário nas mãos compreendo. Pra mim, importam mais as crises particulares de cada dia. Afinal, as crises mundiais começam em algum pontinho, que eu acredito ser o ser humano.
São tantas crises particulares, cotidianas. Crises de rinite, bursite, blefaroconjuntivite, e todas as ‘ites’. Crises nervosa, melancólica, depressiva. Crises de soluço, flatulência, tosse. Crises musical, cultural, existencial. Crises de riso, choro, espirro. Crises religiosa, matrimonial, escolar. Crises de bebedeira, abstinência, esquisitice. São tantas as crises. Crises de inspiração, paixonite, bulimia. Crises diarréicas, apnéicas, anoréxicas, e todas as ‘éicas’. Crises de indecisão, hiperatividade, de CPF (ou, melhor, de identidade). Nem quero ir mais longe, pra não chegar naquelas ‘famosas’ crises causadas pelo outro – seja o outro quem for, e o que faz. Pra mim, crise que é crise mesmo chega feito surto de espirros, ou ‘puns’ – não tem como segurar.
Crise é crise. Pronto. E cada um de nós é cada um de nós. Pronto, também. Por isso, agimos, ou não agimos, de forma diferente, diante de cada crise. Uma cefaléia enlouquece o cara ali da esquina, enquanto a balconista diz nem “dar bola” pra dor de cabeça. Por aí, por aqui, vai...
Considerando, inclusive, as doenças, acho que as crises são sinais de alerta, na vida da gente, a exemplo do que enxergamos, quando percorremos uma estrada em manutenção: placas pra todo lado. Encheu, transbordou?... A alma dá jeito de sinalizar, e, assim, entramos em crise, ou a crise entra, sem avisar. Agora, que essa história de crise cotidiana é pra aprendermos – aí, já acho demais. ‘Tá’ certo que a gente até aprende alguma coisa, ou a mesma coisa que já tínhamos aprendido lá atrás, mas não há necessidade de crise pra isso. É o que penso.
Até por que a crise humana (eu sinto assim) nos consome. E não me refiro a crises de doenças. Não. Pra essas, dispomos de profissionais especializados nos detalhes mais minuciosos de cada patologia, junto com toda a ‘engenhoca’ tecnológica dos nossos tempos robotizados.
A cada dia, nos consumimos em crises. Não quero te convencer disso, mas pense comigo, se quiser (por sua conta e risco). Durante uma das tantas crises humanas, parecemos mais perdidos que “cachorro em mudança”. De cada crise, saímos exauridos, sabendo, de antemão, que não teremos “intervalo para o segundo tempo”, pois, logo, logo, sofreremos outra crise (surpreendente).
É certo que todos nós nos permitimos às crises. Às vezes até, deixamos diversas enfileiradas, no aguardo da passagem de mais uma. Mas esse processo todo nos cansa demais, e nos consome tempo. Não tenho resposta, pra isso também. Só acho que a vida humana – da humanidade inteira mesmo – não pode se resumir na palavra: crise. Há vida bem mais interessante a ser vivida. Sem crises.
Enquanto o mundo sofre crise econômica, a humanidade tenta equilibrar-se, diante de cada crise. No mais particular da vida, cada ser humano enfrenta, ou foge das próprias crises cotidianas. Quando há superação de alguma crise, outra e outras crises surgem no lugar, com certeza. E lá vamos nós, ‘novamente, mais uma vez, de novo’, tentar sobrepor. Tem gente até que encontra aí o sentido da vida: superação das crises. Eu até procuro, mas não consigo achar sentido algum nisso.
Filologicamente (que palavrão!), parece que a palavra crise descende do sânscrito “Kri” (purificar, limpar, desembaraçar). Pelo que sei, não é só na Índia que crise significa motivação. Na Grécia, parece que também é assim. Depois da crise econômica que abateu aquele país, tomara que os gregos encontrem consolo nisso. Mas, por favor, que não agradeçam as crises...
Já o nosso ‘eterno companheiro amansa-burro Aurelião’ fala (por que, convenhamos, esse dicionário até grita, às vezes): “Crise: s.f. Mudança brusca que se produz no estado de um doente e que se deve à luta entre o agente agressor infeccioso e as forças de defesa do organismo. / Período de manifestação aguda de uma afecção: crise de apendicite. / Manifestação violenta, repentina e breve de um sentimento, entusiasmo ou afeto; acesso: crise de gargalhadas; crise de arrependimento. / Fig. Momento perigoso ou difícil de uma evolução ou de um processo; período de desordem acompanhado de busca penosa de uma solução: a adolescência é uma crise necessária. / Fig. Conflito, tensão: crise familiar. / Fig. Ausência, carência, falta, penúria, deficiência: crise de mão-de-obra. / Decadência; queda; enfraquecimento: crise de moralidade. // Crise econômica, ruptura periódica do equilíbrio entre produção e consumo, que traz como conseqüências desemprego generalizado, falências, alterações dos preços e depreciação dos valores circulantes. // Crise ministerial, período intermediário entre a dissolução de um governo e a formação de outro em regimes parlamentares.”
Mas não quero me enrolar em crises que nem com dicionário nas mãos compreendo. Pra mim, importam mais as crises particulares de cada dia. Afinal, as crises mundiais começam em algum pontinho, que eu acredito ser o ser humano.
São tantas crises particulares, cotidianas. Crises de rinite, bursite, blefaroconjuntivite, e todas as ‘ites’. Crises nervosa, melancólica, depressiva. Crises de soluço, flatulência, tosse. Crises musical, cultural, existencial. Crises de riso, choro, espirro. Crises religiosa, matrimonial, escolar. Crises de bebedeira, abstinência, esquisitice. São tantas as crises. Crises de inspiração, paixonite, bulimia. Crises diarréicas, apnéicas, anoréxicas, e todas as ‘éicas’. Crises de indecisão, hiperatividade, de CPF (ou, melhor, de identidade). Nem quero ir mais longe, pra não chegar naquelas ‘famosas’ crises causadas pelo outro – seja o outro quem for, e o que faz. Pra mim, crise que é crise mesmo chega feito surto de espirros, ou ‘puns’ – não tem como segurar.
Crise é crise. Pronto. E cada um de nós é cada um de nós. Pronto, também. Por isso, agimos, ou não agimos, de forma diferente, diante de cada crise. Uma cefaléia enlouquece o cara ali da esquina, enquanto a balconista diz nem “dar bola” pra dor de cabeça. Por aí, por aqui, vai...
Considerando, inclusive, as doenças, acho que as crises são sinais de alerta, na vida da gente, a exemplo do que enxergamos, quando percorremos uma estrada em manutenção: placas pra todo lado. Encheu, transbordou?... A alma dá jeito de sinalizar, e, assim, entramos em crise, ou a crise entra, sem avisar. Agora, que essa história de crise cotidiana é pra aprendermos – aí, já acho demais. ‘Tá’ certo que a gente até aprende alguma coisa, ou a mesma coisa que já tínhamos aprendido lá atrás, mas não há necessidade de crise pra isso. É o que penso.
Até por que a crise humana (eu sinto assim) nos consome. E não me refiro a crises de doenças. Não. Pra essas, dispomos de profissionais especializados nos detalhes mais minuciosos de cada patologia, junto com toda a ‘engenhoca’ tecnológica dos nossos tempos robotizados.
A cada dia, nos consumimos em crises. Não quero te convencer disso, mas pense comigo, se quiser (por sua conta e risco). Durante uma das tantas crises humanas, parecemos mais perdidos que “cachorro em mudança”. De cada crise, saímos exauridos, sabendo, de antemão, que não teremos “intervalo para o segundo tempo”, pois, logo, logo, sofreremos outra crise (surpreendente).
É certo que todos nós nos permitimos às crises. Às vezes até, deixamos diversas enfileiradas, no aguardo da passagem de mais uma. Mas esse processo todo nos cansa demais, e nos consome tempo. Não tenho resposta, pra isso também. Só acho que a vida humana – da humanidade inteira mesmo – não pode se resumir na palavra: crise. Há vida bem mais interessante a ser vivida. Sem crises.
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