Sendo profissional de jornalismo (ótima justificativa!), sou extremamente crítica com a forma com que escrevo as matérias. Por conta disso, chego a me apavorar com o que vejo ‘colegas’ fazendo com a nossa desnutrida língua portuguesa, seja nos jornais, nos canais de TV, ou nas rádios. “Encarar de frente” é um termo bastante usado, principalmente por comentaristas esportivos. Pior ainda eu vi, dia desses, num informe publicitário da Petrobras, que também usava, com ‘altivez’, o termo "encarar de frente".
Sei lá se tem gente que já aprendeu a encarar de costas, ou de ladinho (quem sabe?). O que sei mesmo é que os meus intestinos ardem, cada vez que ouço/leio o ‘tradicional’ termo (parece passar de pai pra filho). Isso eu não encaro mesmo – em nenhuma posição.
Até admito ouvir professores falando ‘erado’, ‘enganjar’, etc. Também, placas semelhantes a “concerto de relógios” hoje até me fazem rir. Nesse caso, fico imaginando Beethoven, ou Liszt, ou Chopin, ou Mozart manipulando partituras a serem apresentadas num “concerto de relógios”, com tique-taque e tudo o que tem direito. (Que nem um deles saiba disso, se houver a possibilidade de)
Ainda não adotei a reforma ortográfica, depois que arrisquei tentar, e ouvi sérias chamadas de atenção de ‘colegas’: “você esqueceu de colocar o acento, mas eu corrigi”. Por achar que não levo o menor jeito para ensinar (nem a mim mesma), prefiro eximir-me da árdua tarefa. Se já estava difícil antes, imagina com a reforma agora. “Deixa quieto” – como dizem meus filhos.
O que sei é que tenho uma grande preocupação com os destinos da nossa língua portuguesa, que, há muito tempo, foi ‘abrasileirada’ deliberadamente. O Brasil é tão grande, e cada região adotou uma linguagem própria de comunicação, que deveria ter base na língua portuguesa. Com o avanço da internet, que, sem pedir licença, ocupa hoje o pedestal da televisão, num número crescente de residências brasileiras, ‘língua portuguesa’ já está fazendo parte (ou à beira) de um museu.
Num bate-papo informal, pela internet, não vejo nada demais: “vc tc d ond?”, ou “vlw blz bj ae”. Até eu escrevo isso, às vezes, nem sempre, enquanto teclo. Por manter algumas ‘amizades’ pela internet, já recebi cartas escritas do mesmo jeito (com direito a “vlw blz bj ae” e muito mais). Confesso que me choquei, e não foi por emoção da surpresa. Fiquei estarrecida com a dificuldade de alguns brasileiros se expressarem, por carta mesmo, fazendo uso da nossa (única) língua, que é a portuguesa. Talvez, economize papel de carta (senão uma árvore, pelo menos, um galho foi salvo).
Claro, não exijo de ninguém (nem de mim) que utilize a palavra ‘peremptoriamente’, ou ‘inextrincavelmente’, no cotidiano. (Como não levo jeito para o ensino, sugiro que o leitor busque socorro – socorro mesmo – no dicionário mais próximo, ou mais simples de ser aberto na internet.) Não é só chatice minha, gente, tenha certeza disso. É preocupação. Em que idioma o Brasil estará se expressando, no tempo de vida dos netos dos nossos tataranetos?...
Se seguirmos o ‘idioma’ que tenho ouvido em CDs gravados por “artistas da favela” (orgulhosos, querem ser conhecidos assim), nós, brasileiros, chegaremos ao ponto de somente falarmos e/ou escrevermos monossilabicamente. E, olha, conheço muita gente de favela que ainda adota a sempre ‘saudosa’ língua portuguesa, falando ‘problema’, por exemplo, e não ‘pobrema’, ou ‘poblema’.
Agora, diga-me se você consegue ‘traduzir’ este diálogo que presenciei, há algum tempo:
Um: - E aê?
Outro: - Sóóóóó!
Um: - Pá daqui, pá dali?
Outro? E pá, mano...
Um: - Sóóóóó!
Outro: E pow!
Um: Aê!
(Depois de um ‘soco’ leve no ombro de cada um, despedem-se, e vão embora.)
Você consegue ‘traduzir’ isso pra mim? Porque não há dicionário (nem para surdos/cegos) que me conte o que ambos conversaram.
Sei lá se tem gente que já aprendeu a encarar de costas, ou de ladinho (quem sabe?). O que sei mesmo é que os meus intestinos ardem, cada vez que ouço/leio o ‘tradicional’ termo (parece passar de pai pra filho). Isso eu não encaro mesmo – em nenhuma posição.
Até admito ouvir professores falando ‘erado’, ‘enganjar’, etc. Também, placas semelhantes a “concerto de relógios” hoje até me fazem rir. Nesse caso, fico imaginando Beethoven, ou Liszt, ou Chopin, ou Mozart manipulando partituras a serem apresentadas num “concerto de relógios”, com tique-taque e tudo o que tem direito. (Que nem um deles saiba disso, se houver a possibilidade de)
Ainda não adotei a reforma ortográfica, depois que arrisquei tentar, e ouvi sérias chamadas de atenção de ‘colegas’: “você esqueceu de colocar o acento, mas eu corrigi”. Por achar que não levo o menor jeito para ensinar (nem a mim mesma), prefiro eximir-me da árdua tarefa. Se já estava difícil antes, imagina com a reforma agora. “Deixa quieto” – como dizem meus filhos.
O que sei é que tenho uma grande preocupação com os destinos da nossa língua portuguesa, que, há muito tempo, foi ‘abrasileirada’ deliberadamente. O Brasil é tão grande, e cada região adotou uma linguagem própria de comunicação, que deveria ter base na língua portuguesa. Com o avanço da internet, que, sem pedir licença, ocupa hoje o pedestal da televisão, num número crescente de residências brasileiras, ‘língua portuguesa’ já está fazendo parte (ou à beira) de um museu.
Num bate-papo informal, pela internet, não vejo nada demais: “vc tc d ond?”, ou “vlw blz bj ae”. Até eu escrevo isso, às vezes, nem sempre, enquanto teclo. Por manter algumas ‘amizades’ pela internet, já recebi cartas escritas do mesmo jeito (com direito a “vlw blz bj ae” e muito mais). Confesso que me choquei, e não foi por emoção da surpresa. Fiquei estarrecida com a dificuldade de alguns brasileiros se expressarem, por carta mesmo, fazendo uso da nossa (única) língua, que é a portuguesa. Talvez, economize papel de carta (senão uma árvore, pelo menos, um galho foi salvo).
Claro, não exijo de ninguém (nem de mim) que utilize a palavra ‘peremptoriamente’, ou ‘inextrincavelmente’, no cotidiano. (Como não levo jeito para o ensino, sugiro que o leitor busque socorro – socorro mesmo – no dicionário mais próximo, ou mais simples de ser aberto na internet.) Não é só chatice minha, gente, tenha certeza disso. É preocupação. Em que idioma o Brasil estará se expressando, no tempo de vida dos netos dos nossos tataranetos?...
Se seguirmos o ‘idioma’ que tenho ouvido em CDs gravados por “artistas da favela” (orgulhosos, querem ser conhecidos assim), nós, brasileiros, chegaremos ao ponto de somente falarmos e/ou escrevermos monossilabicamente. E, olha, conheço muita gente de favela que ainda adota a sempre ‘saudosa’ língua portuguesa, falando ‘problema’, por exemplo, e não ‘pobrema’, ou ‘poblema’.
Agora, diga-me se você consegue ‘traduzir’ este diálogo que presenciei, há algum tempo:
Um: - E aê?
Outro: - Sóóóóó!
Um: - Pá daqui, pá dali?
Outro? E pá, mano...
Um: - Sóóóóó!
Outro: E pow!
Um: Aê!
(Depois de um ‘soco’ leve no ombro de cada um, despedem-se, e vão embora.)
Você consegue ‘traduzir’ isso pra mim? Porque não há dicionário (nem para surdos/cegos) que me conte o que ambos conversaram.
“Pá daqui, pá dali”, fui – não por ali.
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