Ser bom é ruim, mas pode ser bom também. Como ser mau é ruim, mas pode ser bom. Passamos a vida inteira adjetivando nós mesmos e os outros (nossos espelhos), desde o momento que nos olham no berço, e dizem: que bebê lindo!... (a partir daí, mais e mais adjetivos)
Talvez, necessitemos desses adjetivos todos, contrapontos que nos desafiam a cada momento. Não importa. Eu poderia ‘filosofar’ sobre ser tanta coisa, para não chegar a conclusão alguma. Aliás, não sou de conclusões. Talvez, eu ainda volte a escrever sobre ser mau, ou belo, ou feio, ou sei lá mais o que. Mas não é sobre isso que quero escrever agora. Até por que não acredito que alguém seja só bom, só ruim, só antipático, só cativante, etc e tal. Acho (ou escrevo achamos?) que todo ser humano é essa mescla de cores provindas da mesma aquarela, melodia de notas musicais reconhecidas em qualquer idioma. Quando me adjetivam, eu digo sempre que sou mais do que tentam me limitar em palavras. Talvez, esta seja a única gota de verdade absoluta existente em mim.
Mas ser bom é ruim mesmo. Aliás, toda tentativa de bondade é solitária, pode observar. Os maus agrupam-se em “gangues”, para, a partir daí, cometerem delitos. Os bons estão sempre sozinhos. Perceba. Por isso, quem sabe, os “maus do momento” tornam-se rapidamente maioria – são admirados, e seguidos pela idolatria. E os (poucos) bons acabam se recolhendo na pequenez de uma ação acabrunhada, ínfima.
Há os bons teimosos, que persistem na “água mole em pedra dura”. Para esses, é reservado um futuro ainda mais doloroso, recursivo, às vezes. Talvez, por não saberem ser de outra forma, ou não admitirem o aliciamento dos maus, seguem a sina fatal. Mas também morrerão, como os maus, os belos, os feios, os inteligentes, os ignorantes, os doutores, os analfabetos...
Ali em cima, escrevi que não acredito que somos bons, nem maus – vejo que estamos bons, estamos maus. Talvez, este instante de bondade, ou maldade, nos marque tão profundamente, que multiplicamos em vários momentos. Vou adiante, arriscando em dizer que (quem sabe?) o prazer de Madre Teresa de Calcutá fosse semelhante ao prazer de Gregor Strasser, rival de Hitler, que criou um movimento nazista, no norte da Alemanha.
O que prepondera, com certeza, é a influência externa, e o quanto somos (estamos) suscetíveis a ela. Se ouço um padre, ou um pastor, um guru, um guia espiritual, posso ‘obedecê-lo’, mas isso será apenas por algum tempo (limitado). Mesmo se eu obedeço somente minha cabeça (minha sentença), mesmo assim, mudarei de idéia, tanto quanto eu some vivências. “Nada é; tudo está”.
Ser bom é ruim, por que também sofre com os olhares alheios. O que lhe parecia apenas ajudar uma velhinha atravessar a avenida movimentada pode tornar-se um pesadelo, de um momento para o outro. A velhinha pode gritar por socorro, supondo estar sendo assaltada (é o cotidiano de qualquer grande cidade); ou, então, alguém agir em defesa da “pobre velhinha desprotegida”, que, com o braço no seu braço, lhe agradece a bondade, enquanto você recebe uma “chave de braço” inimaginável.
Há os “especialistas” em reconhecer a bondade humana. São esses, inclusive, que chamam os “bonzinhos” do escritório, da fazenda, da loja, para que “trabalhem um pouco mais, pelo bem da empresa”, sem horas extras. E – o pior – a maioria dos bons deixa-se levar, cumpre o pedido, com tamanho zelo, mais até do que se recebesse salário para isso.
Muito mais eu teria a escrever sobre os coitados dos “bons do momento”, mas deixo a seta no caminho – se você quiser continuar pensando. É por ali. Ou não.
Talvez, necessitemos desses adjetivos todos, contrapontos que nos desafiam a cada momento. Não importa. Eu poderia ‘filosofar’ sobre ser tanta coisa, para não chegar a conclusão alguma. Aliás, não sou de conclusões. Talvez, eu ainda volte a escrever sobre ser mau, ou belo, ou feio, ou sei lá mais o que. Mas não é sobre isso que quero escrever agora. Até por que não acredito que alguém seja só bom, só ruim, só antipático, só cativante, etc e tal. Acho (ou escrevo achamos?) que todo ser humano é essa mescla de cores provindas da mesma aquarela, melodia de notas musicais reconhecidas em qualquer idioma. Quando me adjetivam, eu digo sempre que sou mais do que tentam me limitar em palavras. Talvez, esta seja a única gota de verdade absoluta existente em mim.
Mas ser bom é ruim mesmo. Aliás, toda tentativa de bondade é solitária, pode observar. Os maus agrupam-se em “gangues”, para, a partir daí, cometerem delitos. Os bons estão sempre sozinhos. Perceba. Por isso, quem sabe, os “maus do momento” tornam-se rapidamente maioria – são admirados, e seguidos pela idolatria. E os (poucos) bons acabam se recolhendo na pequenez de uma ação acabrunhada, ínfima.
Há os bons teimosos, que persistem na “água mole em pedra dura”. Para esses, é reservado um futuro ainda mais doloroso, recursivo, às vezes. Talvez, por não saberem ser de outra forma, ou não admitirem o aliciamento dos maus, seguem a sina fatal. Mas também morrerão, como os maus, os belos, os feios, os inteligentes, os ignorantes, os doutores, os analfabetos...
Ali em cima, escrevi que não acredito que somos bons, nem maus – vejo que estamos bons, estamos maus. Talvez, este instante de bondade, ou maldade, nos marque tão profundamente, que multiplicamos em vários momentos. Vou adiante, arriscando em dizer que (quem sabe?) o prazer de Madre Teresa de Calcutá fosse semelhante ao prazer de Gregor Strasser, rival de Hitler, que criou um movimento nazista, no norte da Alemanha.
O que prepondera, com certeza, é a influência externa, e o quanto somos (estamos) suscetíveis a ela. Se ouço um padre, ou um pastor, um guru, um guia espiritual, posso ‘obedecê-lo’, mas isso será apenas por algum tempo (limitado). Mesmo se eu obedeço somente minha cabeça (minha sentença), mesmo assim, mudarei de idéia, tanto quanto eu some vivências. “Nada é; tudo está”.
Ser bom é ruim, por que também sofre com os olhares alheios. O que lhe parecia apenas ajudar uma velhinha atravessar a avenida movimentada pode tornar-se um pesadelo, de um momento para o outro. A velhinha pode gritar por socorro, supondo estar sendo assaltada (é o cotidiano de qualquer grande cidade); ou, então, alguém agir em defesa da “pobre velhinha desprotegida”, que, com o braço no seu braço, lhe agradece a bondade, enquanto você recebe uma “chave de braço” inimaginável.
Há os “especialistas” em reconhecer a bondade humana. São esses, inclusive, que chamam os “bonzinhos” do escritório, da fazenda, da loja, para que “trabalhem um pouco mais, pelo bem da empresa”, sem horas extras. E – o pior – a maioria dos bons deixa-se levar, cumpre o pedido, com tamanho zelo, mais até do que se recebesse salário para isso.
Muito mais eu teria a escrever sobre os coitados dos “bons do momento”, mas deixo a seta no caminho – se você quiser continuar pensando. É por ali. Ou não.
" toda tentativa de bondade é solitária, pode observar."
ResponderExcluirAdorei essa parte textual! Ser bom e não ser reconhecido por isso, é um dos maiores pesares de quem semeia amor e colhe descaso! Seria bom, se o bom fosse aclamado, mas é o mau que é idolatrado e reparado. Os bons ficam quiça num canto esquecido dos corações por onde trafegam... sua energia não é temerosa.
(Luis Andarilho)
Belo texto amiga luka!