Na minha opinião, não há frase mais nojenta que essa:
“Desculpa, tá?”
Mesmo se eu ouvisse isso de Johnny Depp, com todo aquele charme, soaria feio, horrendo, e eu o mandaria à ‘merda’, de qualquer jeito. Quantas vezes o “desculpa, tá?” causa coisa pior do que a “culpa” em questão?...
Não sou de repetir essa frase (“Desculpa, tá?). Se já o fiz, foi em diálogos que percebi semelhança ao citado pela ministra Dilma Rousseff, referindo-se aos depoimentos à ditadura: “diálogo entre o meu pescoço e a forca”. “Desculpa, tá?”, na minha visão estrábica, não expressa ‘merda’ alguma. Pelo contrário. Às vezes até suspende a possibilidade de diálogo, de entendimento. Acredito que, se alguém é teu amigo mesmo, vai te desculpar, de algum jeito; se não é, não vai te desculpar, de jeito algum.
É certo que, muitas vezes, estamos tão voltados ao próprio umbigo, que cometemos faltas indesculpáveis, em relação ao outro. Algumas vezes, o outro interpreta, e, diante de uma interpretação, nem se deve relutar, pois a certeza será sempre do autor (da interpretação). Por isso, sempre digo que nada é, tudo está – dependendo da visão de cada um. Não tem o que dizer?... Sei lá. Cala a boca, por exemplo – já pensou nesta possibilidade?... Afinal, o antônimo de falar não é dizer (mais) asneiras – ou é?...
Mas “desculpa, tá?” é demais, né não?... Imagine você estar em um evento público importante, e alguém manchar sua roupa com vinho tinto (não importa a safra). Ah, mas a ‘desgraça’ não acaba aí. Tem mais. O causador da ‘embriaguez’ da sua roupa vira os olhos ao teu olhar atônito, e arremata: “Desculpa, tá?”. Desculpa, ‘porra’ nenhuma! Ou você vai sorrir, e dizer: ‘Tudo bem, minha roupa precisava de um bom vinho mesmo. Pode despejar mais um pouco perto da gola?”
Ah, mas há situações mais graves do que uma roupa nova embriagada. Há circunstâncias em que ultrapassamos o que conhecemos como limites de nós mesmos. E não há volta – quando falamos sem pensar, e ouvimos o que o outro também (com o mesmo direito) manifesta sem pensar. Não acredite se o outro encerrar a discussão, com a famosa frase “desculpa, tá?”. E também não creia na tua própria honestidade, se for você a dizer “desculpa, tá?”...
Ah, mas ainda tem de se levar em consideração a entonação de voz. Todos os bichos, e os bebês também, podem não compreender o que lhes dizemos, mas avaliam, atentamente, na maioria das vezes, como falamos com eles. A nossa entonação, o nosso gestual contam muito mais do que as ‘mais nobres’ palavras que podemos verbalizar. “Desculpa, tá?” pode ser dito em diversas entonações:
“Desculpa, tá?” – Entonação suplicante, de quem é um bom ator (ou pelo menos se acha), ou de alguém que pensa que será desculpado, pelo simples uso de oito letrinhas bem colocadas.
“Desculpa, tá?” – Entonação confiante, de quem nem espera a resposta, e dá às costas ao interlocutor (problema).
“Desculpa, tá?” – Entonação estilo “tô nem aí”, de quem demonstra que não se importa com a resposta (ou finge muito bem).
“Desculpa, tá?” – Entonação cansada, de quem não acredita nas próprias palavras que diz (talvez, o mais sincero).
É o que consigo pensar, agora, a respeito. Desculpa, tá?... hehehehehehehe
“Desculpa, tá?”
Mesmo se eu ouvisse isso de Johnny Depp, com todo aquele charme, soaria feio, horrendo, e eu o mandaria à ‘merda’, de qualquer jeito. Quantas vezes o “desculpa, tá?” causa coisa pior do que a “culpa” em questão?...
Não sou de repetir essa frase (“Desculpa, tá?). Se já o fiz, foi em diálogos que percebi semelhança ao citado pela ministra Dilma Rousseff, referindo-se aos depoimentos à ditadura: “diálogo entre o meu pescoço e a forca”. “Desculpa, tá?”, na minha visão estrábica, não expressa ‘merda’ alguma. Pelo contrário. Às vezes até suspende a possibilidade de diálogo, de entendimento. Acredito que, se alguém é teu amigo mesmo, vai te desculpar, de algum jeito; se não é, não vai te desculpar, de jeito algum.
É certo que, muitas vezes, estamos tão voltados ao próprio umbigo, que cometemos faltas indesculpáveis, em relação ao outro. Algumas vezes, o outro interpreta, e, diante de uma interpretação, nem se deve relutar, pois a certeza será sempre do autor (da interpretação). Por isso, sempre digo que nada é, tudo está – dependendo da visão de cada um. Não tem o que dizer?... Sei lá. Cala a boca, por exemplo – já pensou nesta possibilidade?... Afinal, o antônimo de falar não é dizer (mais) asneiras – ou é?...
Mas “desculpa, tá?” é demais, né não?... Imagine você estar em um evento público importante, e alguém manchar sua roupa com vinho tinto (não importa a safra). Ah, mas a ‘desgraça’ não acaba aí. Tem mais. O causador da ‘embriaguez’ da sua roupa vira os olhos ao teu olhar atônito, e arremata: “Desculpa, tá?”. Desculpa, ‘porra’ nenhuma! Ou você vai sorrir, e dizer: ‘Tudo bem, minha roupa precisava de um bom vinho mesmo. Pode despejar mais um pouco perto da gola?”
Ah, mas há situações mais graves do que uma roupa nova embriagada. Há circunstâncias em que ultrapassamos o que conhecemos como limites de nós mesmos. E não há volta – quando falamos sem pensar, e ouvimos o que o outro também (com o mesmo direito) manifesta sem pensar. Não acredite se o outro encerrar a discussão, com a famosa frase “desculpa, tá?”. E também não creia na tua própria honestidade, se for você a dizer “desculpa, tá?”...
Ah, mas ainda tem de se levar em consideração a entonação de voz. Todos os bichos, e os bebês também, podem não compreender o que lhes dizemos, mas avaliam, atentamente, na maioria das vezes, como falamos com eles. A nossa entonação, o nosso gestual contam muito mais do que as ‘mais nobres’ palavras que podemos verbalizar. “Desculpa, tá?” pode ser dito em diversas entonações:
“Desculpa, tá?” – Entonação suplicante, de quem é um bom ator (ou pelo menos se acha), ou de alguém que pensa que será desculpado, pelo simples uso de oito letrinhas bem colocadas.
“Desculpa, tá?” – Entonação confiante, de quem nem espera a resposta, e dá às costas ao interlocutor (problema).
“Desculpa, tá?” – Entonação estilo “tô nem aí”, de quem demonstra que não se importa com a resposta (ou finge muito bem).
“Desculpa, tá?” – Entonação cansada, de quem não acredita nas próprias palavras que diz (talvez, o mais sincero).
É o que consigo pensar, agora, a respeito. Desculpa, tá?... hehehehehehehe
Faz muito tempo que defendo a retirada de algumas palavras do dicionário e, consequentemente, do nosso vocabulário e uma delas é "desculpa". Posso assinar embaixo do teu texto?
ResponderExcluirBjuss