Tem tanta gente querendo estar com e ter razão, que eu chego pensar que é por isso que tem outra tanta gente sem razão alguma por aí. Eu sou uma delas – sem qualquer razãozinha, por mais microscópica que seja, por que, desde sempre, perdi a razão pra tanta gente, só na “queda-de-braço”. Aliás, até hoje é assim: alguém gritou, eu já tô entregando, sem qualquer procuração, toda razão que possa existir, até mesmo a razão que nem existe. Eu me rendo aos “senhores da razão”.
Pode observar, quem (acha que) tem razão sempre fala (mais) alto, grita mesmo, como se os outros – os sem-razão, como eu – fôssemos todos surdos. E o que a gente ouve é sempre:
- EU QUE TENHO RAZÃO!
Por isso, parece, a palavra (razão) tem de ser manifesta de forma impositiva (às vezes, talvez, quem sabe, pra convencer, primeiro, quem a verbaliza), ríspida mesmo. Enquanto vejo essas manifestações ‘banhadas de razão’ (hehehehehehehehe), fico pensando, sem razão alguma, se, quando, de fato, alguém acredita que o que está dizendo é uma ‘verdade’, e que tem razão, precisa dessa encenação grotesca, repressora (?).
Vou tentar me colocar no lugar dessa gente necessitada de tantas (e todas) razões e verdades absolutas: Se a gente tenta fazer o outro calar, já existe aí, implicitamente, a opinião do outro – a visão do outro, o jeito do outro pensar/sentir sobre a vida, etc e tal -, a qual, a gente sabe, não é a opinião da gente. E a gente também sabe que, se gritar, impor o que considera ‘verdade absoluta’, vai precisar insistir, e gritar mais ainda. A gente pode até ganhar esse ‘jogo’, mas não vai saber a idéia do outro, a visão do outro. Amanhã, a ‘verdade absoluta’ da gente pode ser (será, mais cedo, ou mais tarde) substituída – por outra ‘verdade’, mais ‘absoluta’ ainda, obviamente. E, assim, a gente vai substituindo ‘muletas’ (verdades e razões), a vida inteira. Definitivamente, não presto para o papel dessa gente. Verdades e razões absolutas me pesam. Minha alma é torta, e tomba com sobrecarga.
Essa coisa de ter razão, só de imaginar, me limitaria, me cansaria mais ainda. Tem gente que não vive sem razão, sem pelo menos uma ‘verdade absoluta’. Eu quero morrer sem razão alguma (morreu de quê?... sei lá, ela tava viva, e morreu...). Eu, reconheço, sou uma ótima ‘desaprendiz’: não sei catalogar, limitar conceitos, princípios, conhecimentos, enfim, enfiar tudo o que penso num único saco, e rever isso tudo, com a clareza de quem enxerga o céu – azulzinho -, ao amanhecer. Eu questiono e penso demais, o tempo todo, todo o tempo. Eu não sei (e não quero) concluir. Talvez, por isso, eu não tenha qualquer mínima razão, e caminhe tão longe de qualquer ‘verdade absoluta’. O que percebo, nesses meus caminhos e descaminhos, é que eu não caminharia tanto, se me deparasse com uma única verdade, e me sentisse com alguma ‘senhora razão’, ou sendo a própria ('senhora razão'). Quando dizem que tenho razão, a minha resposta é sempre a mesma: Não quero ter razão alguma. Quero continuar pensando, sem qualquer razão.
Quem convive comigo, no dia-a-dia, sabe o quanto questiono, principalmente o que eu mesma falo a respeito do que estou conseguindo enxergar, na minha visão estrábica. E quase sempre ainda arremato (quando ninguém me repete): Diante do que falei, que não é nem a minha verdade absoluta, não sei o que concluir, por que não quero concluir, por não ter razão alguma. Muita gente considera um absurdo o que manifesto, e até quer exigir o que chama de “posição” da minha parte. A minha (única) posição é não defender qualquer coisa, seja o que for, como sendo ‘verdade absoluta’, nem querer ter razão diante de dezenas (que fossem zilhões) de pessoas. Eu quero mais que isso. Quero ter a liberdade de jogar no lixo, ali na esquina, o que acabei de falar, o que era visão minha, sem qualquer razão, nem verdade. "Fi-lo, por que qui-lo" - e é só. Continuo a caminhar, na companhia dos meus pontos de interrogação, das minhas reticências...
(Se você quiser, com a persistência que teve de me ler até aqui, pode concluir o que considera 'verdade' - a sua ‘verdade’-, pois, pra mim, você sempre terá razão, se precisa apoiar-se em alguma. A razão é toda sua. Eu nem saberia lidar com ela.)
Pode observar, quem (acha que) tem razão sempre fala (mais) alto, grita mesmo, como se os outros – os sem-razão, como eu – fôssemos todos surdos. E o que a gente ouve é sempre:
- EU QUE TENHO RAZÃO!
Por isso, parece, a palavra (razão) tem de ser manifesta de forma impositiva (às vezes, talvez, quem sabe, pra convencer, primeiro, quem a verbaliza), ríspida mesmo. Enquanto vejo essas manifestações ‘banhadas de razão’ (hehehehehehehehe), fico pensando, sem razão alguma, se, quando, de fato, alguém acredita que o que está dizendo é uma ‘verdade’, e que tem razão, precisa dessa encenação grotesca, repressora (?).
Vou tentar me colocar no lugar dessa gente necessitada de tantas (e todas) razões e verdades absolutas: Se a gente tenta fazer o outro calar, já existe aí, implicitamente, a opinião do outro – a visão do outro, o jeito do outro pensar/sentir sobre a vida, etc e tal -, a qual, a gente sabe, não é a opinião da gente. E a gente também sabe que, se gritar, impor o que considera ‘verdade absoluta’, vai precisar insistir, e gritar mais ainda. A gente pode até ganhar esse ‘jogo’, mas não vai saber a idéia do outro, a visão do outro. Amanhã, a ‘verdade absoluta’ da gente pode ser (será, mais cedo, ou mais tarde) substituída – por outra ‘verdade’, mais ‘absoluta’ ainda, obviamente. E, assim, a gente vai substituindo ‘muletas’ (verdades e razões), a vida inteira. Definitivamente, não presto para o papel dessa gente. Verdades e razões absolutas me pesam. Minha alma é torta, e tomba com sobrecarga.
Essa coisa de ter razão, só de imaginar, me limitaria, me cansaria mais ainda. Tem gente que não vive sem razão, sem pelo menos uma ‘verdade absoluta’. Eu quero morrer sem razão alguma (morreu de quê?... sei lá, ela tava viva, e morreu...). Eu, reconheço, sou uma ótima ‘desaprendiz’: não sei catalogar, limitar conceitos, princípios, conhecimentos, enfim, enfiar tudo o que penso num único saco, e rever isso tudo, com a clareza de quem enxerga o céu – azulzinho -, ao amanhecer. Eu questiono e penso demais, o tempo todo, todo o tempo. Eu não sei (e não quero) concluir. Talvez, por isso, eu não tenha qualquer mínima razão, e caminhe tão longe de qualquer ‘verdade absoluta’. O que percebo, nesses meus caminhos e descaminhos, é que eu não caminharia tanto, se me deparasse com uma única verdade, e me sentisse com alguma ‘senhora razão’, ou sendo a própria ('senhora razão'). Quando dizem que tenho razão, a minha resposta é sempre a mesma: Não quero ter razão alguma. Quero continuar pensando, sem qualquer razão.
Quem convive comigo, no dia-a-dia, sabe o quanto questiono, principalmente o que eu mesma falo a respeito do que estou conseguindo enxergar, na minha visão estrábica. E quase sempre ainda arremato (quando ninguém me repete): Diante do que falei, que não é nem a minha verdade absoluta, não sei o que concluir, por que não quero concluir, por não ter razão alguma. Muita gente considera um absurdo o que manifesto, e até quer exigir o que chama de “posição” da minha parte. A minha (única) posição é não defender qualquer coisa, seja o que for, como sendo ‘verdade absoluta’, nem querer ter razão diante de dezenas (que fossem zilhões) de pessoas. Eu quero mais que isso. Quero ter a liberdade de jogar no lixo, ali na esquina, o que acabei de falar, o que era visão minha, sem qualquer razão, nem verdade. "Fi-lo, por que qui-lo" - e é só. Continuo a caminhar, na companhia dos meus pontos de interrogação, das minhas reticências...
(Se você quiser, com a persistência que teve de me ler até aqui, pode concluir o que considera 'verdade' - a sua ‘verdade’-, pois, pra mim, você sempre terá razão, se precisa apoiar-se em alguma. A razão é toda sua. Eu nem saberia lidar com ela.)
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